“Era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento”. É esta a conclusão do laudo de insanidade mental realizado pela perícia psiquiátrica do Hospital Naval de Natal, para o soldado da Polícia Militar Gleyson Alex de Araújo Galvão, acusado de matar a pauladas a advogada Vanessa Ricarda – crime ocorrido em fevereiro de 2013 dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, distante 70 quilômetros de Natal.
O pedido do novo laudo foi uma solicitação do Ministério Público Estadual.
“Havendo o laudo concluído que o acusado tinha conhecimento da ilicitude do ato que cometeu, e tinha condições de se portar conforme esse entendimento, não há nada a ser feito além de submetê-lo ao julgamento no Tribunal do Júri, onde faremos o possível para que ele seja finalmente condenado”, disse o advogado Emanuel de Holanda Grilo, representante da família da vítima.
Gleyson deveria ter sentado no banco dos réus em novembro de 2016, mas o júri popular acabou adiado porque o MP solicitou uma nova avaliação psiquiátrica do policial. Em julho do ano passado, o juiz Rafael Barros Tomaz do Nascimento determinou que o soldado fosse submetido a um exame de sanidade mental. O teste chegou a ser marcado para o dia 15 de agosto, mas acabou não sendo feito porque a defesa de Gleyson alegou que ele havia surtado, tendo sido necessário interná-lo com urgência no Hospital Psiquiátrico Dr. João Machado, em Natal.
O soldado Gleyson Araújo tem 37 anos. Está detido sob força de um mandado de prisão preventiva. Ele foi preso em flagrante no dia 14 de fevereiro de 2013, momentos após o crime. Atualmente, segundo a Polícia Militar, encontra-se detido no 4º Batalhão, na Zona Norte de Natal.
O crime
Vanessa Ricarda foi morta na madrugada de 14 de fevereiro de 2013, na cidade de Santo Antônio, distante 70 quilômetros de Natal. Funcionários do Motel Cactus, onde a advogada foi espancada, acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM, à época do crime.
De acordo com a acusação, Gleyson Galvão ficou chateado com o fato de a advogada ter se recusado a fazer sexo com ele na frente de uma outra pessoa. “Assim, ele atacou a vítima de surpresa, desferindo pauladas em sua cabeça”, relata a denúncia feita pelo Ministério Público. Ainda de acordo com o MP, “ficou evidenciado o motivo fútil, a utilização de meio cruel e a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima como qualificadoras do crime de homicídio”.
Com informações do G1 RN