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Nova fase da Lava Jato mira centro de pesquisa da Petrobras no Rio

 POLÍCIA FEDERAL FAZ OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO EM APARTAMENTO DO EX-TESOUREIRO DO PT PAULO FERREIRA. (FOTO:JORGE WILLIAM/O GLOBO)


POLÍCIA FEDERAL FAZ OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO EM APARTAMENTO DO EX-TESOUREIRO DO PT PAULO FERREIRA. (FOTO:JORGE WILLIAM/O GLOBO)

A Polícia Federal cumpriu 35 mandados da 31ª fase da Operação Lava-Jato em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A ação, batizada pela PF de “Abismo”, tem como objetivo apurar fraudes em licitação, pagamentos de valores indevidos a servidores da Petrobras e o repasse de recursos a partido político em virtude do sucesso obtido por empresas privadas em contratações como o projeto de reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) que fica na Ilha do Fundão, no Rio, estimado em quase R$ 850 milhões e cujo valor real pago pela estatal, após 17 aditivos, chegou a R$ 1,8 bilhão. O esquema investigado envolveu diversas empresas que pagaram mais de R$ 39 milhões em vantagens indevidas para uma empresa participante do certame, a Diretoria de Serviços e o PT.

Um dos principais alvos desta nova fase é Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele teve a prisão preventiva decretada. Ferreira já estava preso pela Operação Custo Brasil, deflagrada no dia 23 de junho, acusado de participar de um esquema de corrupção negociado com a empresa Consist, que assumiu a gestão do crédito consignado de servidores federais. Também há mandados de prisão temporária destinados a Edson Freire Coutinho, ex-executivo do Grupo Schahin, e para o vice-presidente da Construcap, Roberto Ribeiro Capobianco, empresas que integraram o consórcio criado para a construção do centro de pesquisas, ao lado da OAS, Construbase e Carioca Engenharia.

Erasto Messias da Silva Jr., diretor da construtora Ferreira Guedes, e Genesio Schiavinatto Jr., sócio da empresa Vetor 2 Engenheiros Associados, também tiveram prisão temporária decretada. Eles não foram encontrados. Foram expedidos ainda 23 mandados de busca e apreensão, além de sete conduções coercitivas, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.

De acordo com a PF, são apuradas as práticas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação “num contexto amplo de sistemático prejuízo financeiro imposto à Petrobras”. Cerca de 110 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal cumprem as determinações judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Com exceção de Ferreira, que já está preso em São Paulo, os demais detidos serão levados à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba ainda nesta segunda-feira.

CARTEL EM LICITAÇÃO DO CENPES

De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações em curso foram corroboradas pelo acordo de leniência e acordos de colaboração com a empresa Carioca Engenharia e seus executivos, que indicaram a formação de um cartel na disputa por três obras da Petrobras em 2007: uma sede administrativa em Vitória, o CIPD (Centro Integrado de Processamento de Dados) e o Cenpes, ambos no Rio.

Ainda segundo as investigações, no caso do Cenpes, no entanto, a empresa WTorre Engenharia e Construção S/A, que não fazia parte do esquema, apresentou proposta de preço inferior a do consórcio. As empresas, então, teriam pago R$ 18 milhões para que a WTorre saísse da disputa. Além disso, de acordo com o MPF, houve pagamento de propina a funcionários da diretoria de Serviços da Petrobras e a Paulo Ferreira.

 O Globo

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