O anúncio da nova cédula de R$ 200 pelo Banco Central, nesta quarta-feira (29), não agradou setores da economia que lidam diretamente com o dinheiro em espécie. Taxistas, cobradores de ônibus e comerciantes que já enfrentam dificuldades para trocar notas de R$ 100 e R$ 50 preveem ainda mais transtornos com a nota maior, que tem previsão para começar a circular no final de agosto.
Por motivos de segurança a imagem da nova cédula, que está em fase final de testes de impressão, ainda não foi revelada. Apesar disso, o BC já revelou que o lobo-guará será o animal estampado na nota e que 450 milhões de unidades devem ser impressas em 2020. Para o diretor de comunicação do Sindicato dos Taxistas Autônomos do Rio de Janeiro (STAM-RJ), Vagner Monteiro, além do troco há uma grande preocupação com a segurança de motoristas circulando com notas tão altas.
“Essa nova nota só vai trazer mais dificuldade para o nosso trabalho. Primeiro tem o troco, já trabalhamos com pouco dinheiro porque muitas corridas hoje são pagas por meios eletrônicos. Hoje uma nota de R$ 100 já é problema, muitas vezes precisamos parar em postos de gasolina para trocar. Outro fator é a segurança do motorista. Andamos com notas escondidas, paramos em bancos para depositar, tudo para não ficar com grandes quantias, imagina com essa nota? Definitivamente vai ser mais um complicador”, afirmou.
No caso dos ônibus, mesmo sendo menos frequente o pagamento com cédulas maiores, as empresas não podem se recusar a dar troco. Segundo Gustavo Kloh, professor de Direito da FGV e membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/RJ, não é permitido estabelecer limite para pagamento, a não ser que exista uma lei municipal que regulamente a questão. A garantia consta no artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor.
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