Foi oficializada na tarde desta segunda-feira (14) a venda do negócio de telefonia móvel da Oi para o consórcio formado pelas rivais Vivo, TIM e Claro. A oferta de R$ 16,5 bilhões do trio foi a maior recebida pela empresa. A Oi também já vendeu o seu negócio de torres e data-centers e deve desaparecer por completo do mercado de telefonia móvel.
A Oi era a última grande operadora brasileira a ter participação significativa no mercado nacional de telefonia móvel. Sua base de clientes será dividida entre as rivais, mas a TIM será, de longe, a maior beneficiada pelo negócio.
Fatiada
A operadora italiana, que hoje tem 23% dos clientes ativos na telefonia móvel nacional, vai pular para 32% com a incorporação da base da Oi. A mexicana Claro, que hoje fica com 26%, terá 29%. A espanhola Vivo continua líder mesmo com a incorporação da Oi, saindo de 33% para 37% do mercado.
Para diminuir as chances de ter o negócio impedido pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o consórcio de operadoras decidiu dividir a base da Oi respeitando o critério da dominância regional. Isso quer dizer que a operadora com a menor participação em determinada área de DDD deve absorver toda a base de clientes da Oi nessa dita região.
Fator Nordeste
A TIM deve se beneficiar desse sistema porque a empresa já era forte nas regiões em que a Oi tinha baixa participação, como Sul e Sudeste. A participação da italiana, contudo, é atualmente baixa no Nordeste, mas a Oi lidera em grande parte dos estados dessa região. Assim, a TIM deve sair de “menos preferida” dos nordestinos para líder de mercado em vários DDDs a não ser que haja um movimento de pedidos de portabilidade em massa.
Como a Oi já vendeu suas torres para outra empresa em um leilão diferente por R$ 1,4 bilhão, é possível que as rivais acabem absorvendo os clientes da empresa brasileira em sua infraestrutura existente ou ainda contratem os serviços da herdeira das torres da Oi para entregar seu sinal.
Tecmundo