Natal perde unidade móvel de mamografia gratuita

A unidade móvel de mamografia adquirida pelo grupo Reviver em Parceria com a Delfin Imagens será transferida para Salvador a partir do próximo mês. A expectativa inicial era de que o trabalho fosse realizado por pelo menos um ano, mas devido à falta de investimentos públicos, o serviço só está garantido até o final desse mês.

O veículo circula entre as quatro zonas da capital potiguar, permanecendo dois ou três dias em cada local. O resultado é entregue no mesmo lugar após 30 dias de realização do exame. Das quase 300 mulheres que procuram o serviço diariamente, 80 são atendidas por ordem de chegada. Sendo fichas para 40 o turno matutino e 40 para o turno vespertino.

O atendimento está disponível gratuitamente para todas as mulheres com pelo menos 50 anos ou a partir de 40 com indicação médica justificado por dores, aparecimento de nódulos ou histórico familiar.

O custo para cada exame realizado é de R$ 67,00. O Sistema Único de Saúde paga aproximadamente R$ 45,00 por exame e o déficit que a instituição tenta cobrir através de doações das 300 associadas contribuintes que doam uma média de R$ 20,00 por mês.

 Além do valor não disponibilizado pelo SUS existem ainda os casos em que indicação médica para mulheres a partir dos 40 anos não é aceita pelo Sistema Único de Saúde e como os repasses são feitos após a realização do exame, nesses casos o valor é pago integralmente pela instituição.

Também existem déficites causados pelo custo de gasolina, energia dentre outros gastos. a sócia fundadora entrevista Idaisa Cavalcanti não soube precisar a quantia mensal e declara que esses números vairam muito a cada mês, pois de acordo com a demanda também existem ações complementares.

“Sabemos que o poder publico é falho tentamos suprir o que é de competência do poder público e ele não faz, mas sem dinheiro não temos como trabalhar”, reivindica a sócia fundadora do Reviver Idaisa Cavalcanti.

A única contribuição do poder público que a instituição sem fins lucrativos, Reviver, recebe é a disponibilização de pontos de apoio, como áreas de algumas secretarias, para que as mulheres possam esperar o exame com conforto.

“Nós prezamos pelo bom atendimento. Não queremos que as mulheres fiquem em pé numa fila sob o sol. Fizemos essa parceria com a prefeitura e eles contribuem com o a estrutura para receber as mulheres. Elas sempre ficam em locais com assentos, ar condicionado e banheiro”, explicou Idaisa Cavalcanti.

Para que o serviço possa voltar a Natal em março do próximo ano, depois dos três meses que deve ficar na Bahia, o grupo aguarda a liberação de uma verba que foi aprovada pelo Governo do Estado mas não chegou a ser liberada. A instituição também aguarda pela aprovação de uma projeto em parceria com o Ministério da Justiça e o Ministério da Saúde para a compra de outra unidade móvel.

O único investimento público que o grupo teve acesso foi a aprovação de uma ementa no valor de R$ 100 mil reais na Assembleia Legislativa no Rio Grande do Norte. O valor será utilizado para a compra de um aparelho de ultrassonografia que ficará na UNI – RN ao longo do ano para que as mulheres tenham acesso a exames complementares, necessários para o diagnóstico do cancer de mama.

“Os recursos foram sempre muito poucos. Aguardamos três anos até que no ano passado conseguimos uma parceria com a Delfim Imagens para comprar a unidade móvel, mas não temos dinheiro para dar continuidade ao serviço. Não podemos trabalhar o ano todo como era nosso objetivo”, lamentou Idaisa Cavalcanti.

Além dos exames o grupo também realiza palestras informando sobre a importância de fazer mamografias uma vez por ano e auto exame todos os meses após o período menstrual. O conhecimento do próprio corpo e a frequência dos exames possibilitam um diagnóstico precoce do câncer de mama, aumentando as chances de cura em 95%.

“Fazemos esse alerta de que é necessário que a mulher se cuide, se toque e conheça seu corpo para que a doença seja diagnosticada em fase inicial. A partir do momento que a mulher conhece o próprio corpo, qualquer alteração é perceptível”, alertou  lamentou a sócia fundadora do grupo Reviver, Idaisa Cavalcanti.

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