A Polícia Civil prendeu nessa sexta-feira (25) em Natal cinco motoristas – três deles em flagrante – suspeitos de roubarem combustível dos veículos escolares de cidades do interior do estado para vender o produto.
A operação “Sangria” também cumpriu sete mandados de busca e apreensão. Das cinco prisões, quatro foram de mandados expedidos pela Justiça.
A Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) investiga o caso há cerca de um mês. Os policiais realizaram filmagens, em dias e horários distintos, comprovando os furtos dos combustíveis e identificando os autores.
Os motoristas suspeitos de envolvimento eram dos municípios de Canguaretama, Nova Cruz, Montanhas, Pedro Velho, Nísia Floresta e Bom Jesus. Eles levavam alunos dessas cidades para estudarem em Natal todos os dias.
Como acontecia o crime
Todos os dias os motoristas saíam das cidades de origens com estudantes para Natal. Após deixarem os estudantes, eles ficavam determinado período com o carro estacionado nas proximidades da Praça Cívica e em seguida iam para um trecho próximo à Praia do Forte e à Ponte Newton Navarro.
Ali, os motoristas entravam com os ônibus escolares em um área de mata, no bairro Brasília Teimosa. O crime acontecia todos os dias, de acordo com a investigação da Polícia Civil.
Nesta sexta, os motoristas de Caguaretama, Montanhas e Nísia Floresta foram presos em flagrante, no próprio local, enquanto roubavam o combustível.
O combustível retirado era vendido a uma espécie de chefe da organização criminosa.
“Os seis motoristas iam pra esse local público embaixo da Ponte Newton Navarro e lá cometiam esses crimes, retiravam combustíveis e depois passavam para o chefe deles, que vendia de forma ilegal pra outras pessoas e fazia uso próprio, porque ele possui dois ônibus”, explicou o delegado.
Crimes
De acordo com o delegado Erick Gomes, os motoristas foram autuados por peculato furto, “quando o agente público ou pessoa que atua como se fosse agente público subtrai algo que ele tenha posse”, receptação, associação criminosa e venda ilegal de combustíveis.
“O prejuízo causado, pra ter ideia, foi de mais de meio milhão de reais. É muito grave para prefeituras que já sofrem com parte dos recursos”, pontou o delegado.
Segundo ele, os motoristas recebiam, em média, de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil por semana.
“A gente vai comunicar às prefeituras, porque elas não tinham ciência até o presente momento da investigação, pra que também tomem as providências cabíveis, que é abrir um processo administrativo e, caso confirmem os crimes, demiti-los”.
A investigação continuará sendo tocada pela Deicor.
G1 RN