Silvio Berlusconi, o ex-primeiro-ministro da Itália e ex-dono do Milan, que teve seus mandatos marcados por acusações de corrupção e escândalos sexuais que culminariam na sua expulsão do Senado, em 2014, faleceu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos. A confirmação veio de duas fontes próximas ao político, de acordo com a agência de notícias Reuters.
Berlusconi estava internado no hospital San Raffaele, em Milão, acompanhado de sua esposa Marta Fascina e seus filhos, segundo informações da mídia italiana. Nos últimos meses, ele enfrentava uma batalha contra a leucemia e também sofria com uma infecção pulmonar. Ele foi hospitalizado no dia 5 de abril para o tratamento da doença e permaneceu no hospital por mais de um mês.
Durante os anos 1970 e 1980, Berlusconi driblou o monopólio da emissora estatal italiana RAI, criando uma rede em que as estações locais transmitiam a mesma programação. Em 2006, a RAI e a Mediaset dominavam cerca de 90% do mercado de televisão no país.
Bilionário
Segundo a última atualização da lista de bilionários da Forbes, Berlusconi possuía uma fortuna avaliada em quase US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 34 bilhões), o que o colocava como o quinto homem mais rico da Itália. No ranking mundial da Forbes, ocupava a 348ª posição.
Além de sua carreira política, Berlusconi também foi proprietário do clube de futebol italiano AC Milan.
Uma das amizades notórias de Berlusconi foi com Vladimir Putin, presidente da Rússia, mas isso o colocou em desacordo com Giorgia Meloni, atual primeira-ministra da Itália. No seu aniversário de 86 anos, Putin enviou felicitações a Berlusconi juntamente com vodca, e o italiano se orgulhou de retribuir o gesto enviando vinho italiano de volta.
Berlusconi fundou o partido político Forza Italia em 1994, após os escândalos de corrupção conhecidos como “Mãos Limpas” abalarem o cenário político italiano na década de 1990. Em 2006, quando a Itália era ridicularizada como “o homem doente da Europa”, com sua economia estagnada e déficit orçamentário crescente, Berlusconi quase perdeu as eleições gerais para Romano Prodi, líder de centro-esquerda e ex-presidente da Comissão Europeia.
Ele se recuperou em 2008 e iniciou o que seria seu último mandato como primeiro-ministro. No entanto, foi abruptamente interrompido em 2011, quando os mercados financeiros perderam a confiança em sua capacidade de lidar com a crise e a Itália esteve à beira do colapso. Berlusconi renunciou a contragosto.
Berlusconi esteve envolvido em uma série de investigações e processos judiciais, a maioria dos quais foi aberta após seu ingresso na política em 1994. No total, enfrentou 35 processos criminais, mas só foi condenado definitivamente uma vez.
Berlusconi casou-se pela primeira vez em 1965 com Carla Dall’Oglio, com quem teve dois filhos, Marina e Piersilvio. Ele se casou com sua segunda esposa, Veronica Lario, em 1990, e eles tiveram três filhos, Barbara, Eleonora e Luigi.
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