O menino João Miguel, de apenas dois anos de idade, morreu nesta quinta-feira em Belo Horizonte (MG). A criança tinha atrofia muscular espinhal (AME), uma doença degenerativa grave, e foi vítima de uma parada cardíaca. O caso ganhou repercussão nacional em julho, quando o pai de João, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, foi preso por desviar R$ 600 mil do dinheiro arrecadado em vaquinha online para custear o tratamento do menino. Além de levar uma vida de luxo, ele investiu R$ 50 mil em uma casa de prostituição.
“João estava em casa ontem à noite quando passou mal e teve que ser internado às pressas. Recebeu atendimento rapidamente num hospital aqui em Conselheiro e foi transferido para Belo Horizonte. Hoje teve uma parada cardíaca e não resistiu”, explicou Daniel Gomes, titular da delegacia de Conselheiro Lafaiete, cidade natal do menino .
A ação ” Ame João Miguel ” angariou mais de R$ 1 milhão em um ano. A publicação mais recente nas redes sociais da campanha é um vídeo gravado pela mãe do menino, Karine Rodrigues, em agradecimento pelas mensagens recebidas no aniversário do filho. Ele havia completado dois anos no último dia 7.
João precisava de um remédio chamado Spinraza para conter o avanço da doença . Em agosto, a família suspendeu a arrecadação ao obter uma liminar na Justiça que obrigou o estado a pagar as três primeiras doses do medicamento. Cada uma delas custa R$ 340 mil.
De acordo com a investigação , Mateus passou três dias em Salvador (BA) fazendo uso indevido do dinheiro arrecadado. A esposa relatou à polícia que ele lhe dizia que estava viajando e fornecia informações desencontradas. As autoridades, então, sugeriram à mãe do menino que verificasse o saldo das contas da campanha, e ela descobriu saques de quantias altas.
A investigação identificou que, além de levar uma vida de luxo, Mateus investiu R$ 50 mil em uma casa de prostituição. Ao ser preso, o homem disse estar arrependido e pediu perdão à esposa, afirmando à polícia que ela não sabia do golpe, mas não detalhou o que fez com o dinheiro.