Morreu nesse domingo (29), aos 100 anos, Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos e uma das figuras mais influentes da política americana. Carter governou o país entre 1977 e 1981, período marcado por uma grave crise econômica e ações diplomáticas de impacto global.
Membro do Partido Democrata, Carter iniciou sua trajetória política como senador e governador da Geórgia antes de chegar à presidência. Durante sua gestão, mediou o histórico acordo de paz entre Israel e Egito em 1978, mas enfrentou críticas pela condução de crises como o sequestro de 52 americanos na embaixada dos EUA em Teerã, em 1979.
Após deixar o cargo, continuou engajado em causas humanitárias por meio da Fundação Carter, fundada em 1982. Em reconhecimento ao seu trabalho em defesa da paz e dos direitos humanos, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Trajetória de vida
Jimmy Earl Carter nasceu em 1º de outubro de 1924, na pequena cidade de Plains, Geórgia. Filho de um fazendeiro e uma enfermeira, Carter formou-se bacharel em Ciências pela Academia Naval dos Estados Unidos em 1946. Naquele mesmo ano, casou-se com Rosalynn Smith, sua companheira por mais de sete décadas.
Durante sua carreira na Marinha, especializou-se em tecnologia de reatores e física nuclear, servindo em submarinos nos oceanos Atlântico e Pacífico. Após a morte de seu pai, em 1953, deixou a vida militar para administrar os negócios da família em sua cidade natal.
Ascensão política
Carter iniciou sua trajetória pública como líder comunitário em Plains. Em 1962, foi eleito senador estadual da Geórgia, conquistando destaque por sua posição contra leis que restringiam o voto de negros. Em 1970, venceu a eleição para governador do estado, promovendo reformas administrativas e defendendo o fim da discriminação racial.
Em 1974, lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos, sendo eleito em 1976.
Presidência marcada por crises e acordos históricos
O governo Carter enfrentou desafios significativos, como a crise energética decorrente da alta no preço do petróleo e a estagnação econômica, que afetaram sua popularidade interna. Internacionalmente, conquistou reconhecimento por mediar o acordo de Camp David entre Israel e Egito.
Por outro lado, sua gestão foi abalada pelo sequestro de 52 americanos no Irã, após a concessão de asilo ao xá deposto Mohammad Reza Pahlavi. Carter tentou resolver a situação por meio da diplomacia e, posteriormente, com uma operação militar fracassada. Os reféns só foram libertados em 1981, já sob a administração de Ronald Reagan, seu sucessor.
Legado pós-presidência
Após deixar o governo, Carter dedicou-se a missões humanitárias e diplomáticas. A Fundação Carter foi responsável por iniciativas em prol da democracia, da saúde pública e da resolução de conflitos internacionais. Seu trabalho rendeu-lhe o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Jimmy Carter deixa um legado de serviço público e dedicação às causas humanitárias, marcando a história dos Estados Unidos e do mundo.
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