O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta sexta-feira (3), durante um evento com empresários em Lisboa, que o suposto plano para gravar conversas comprometedoras dele para anular as eleições foi uma “tentativa de uma operação Tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”.
Moraes afirmou ainda que, ao ouvir o relato do senador Marcos do Val (Podemos-ES), ele propôs que o parlamentar prestasse um depoimento naquela hora, o que foi negado. O ministro disse também que as investigações sobre os financiadores dos atos do dia 8 de janeiro estão bem avançadas.
O senador Marcos do Val disse a jornalistas na quinta-feira (2) que o ex-deputado federal Daniel Silveira tinha pedido a ele que tentasse gravar Moraes para obter alguma declaração que configurasse parcialidade na atuação do ministro. A ideia seria tirar Moraes da presidência dos inquéritos que apuram atos contrários à Constituição, além de anular a última eleição presidencial.
“A ideia ‘genial’ que tiveram foi colocar escuta no senador, para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, pudesse me gravar. E, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”, afirmou Moraes durante o evento.
O ministro disse ter perguntado ao senador se ele deporia oficialmente e, diante da negativa, agradeceu e se retirou. “Até porque o que não é oficial, para mim, não existe”, disse Moraes. “Foi exatamente essa tentativa de uma operação Tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”, completou.
R7