Longe do debate por equidade salarial no serviço público, o Ministério Público Federal se apresenta como uma ilha e oferece remunerações excepcionalmente altas. Em 2023, o MPF já custou R$ 237 milhões em rendimentos mensais, considerando as médias salariais brutas de servidores e membros ativos.
As informações foram coletadas do Portal da Transparência do próprio MPF e consideram os salários e benefícios até maio – o último mês com dados completos.
Os salários iniciais dos procuradores da República ultrapassam a marca dos R$ 33 mil, cifra que coloca esses profissionais entre os mais bem remunerados do serviço público. Já entre os servidores, o salário de analista do Ministério Público da União (MPU) está entre os mais altos, com os iniciantes ganhando em média R$ 15 mil.
Enquanto a remuneração do MPF se destaca, outros profissionais do serviço público enfrentam condições salariais precárias. Essa disparidade salarial acentua as desigualdades sociais e causa insatisfação entre os servidores públicos de outras áreas.
Em maio, o procurador-geral da República, Augusto Aras, criou um penduricalho para que procuradores eventualmente possam receber 33% a mais. Atualmente, a categoria recebe em média R$ 39 mil. O aumento corresponderia a mais R$ 11 mil, ultrapassando o limite estabelecido pela lei (R$ 41.650, em 2023).
Esses procuradores teriam o benefício do chamado “acúmulo de acervo processual, procedimental ou administrativo”. Em resumo, a cada três dias trabalhados, os profissionais receberiam uma folga ou a indenização. O esquema foi revelado pelo jornal Estado de S.Paulo.
Metrópoles