O vídeo de um médico dançando com uma paciente de coronavírus (Covid-19) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Petrolina, no sertão de Pernambuco, viralizou na internet nesta semana.
Nas imagens, o médico Pedro Diniz, de 40 anos, dança ao som de Luiz Gonzaga com a primeira paciente de coronavírus que deu entrada na UTI daquele hospital. A música é “Asa Branca”.
O arrasta-pé com a paciente veio da ideia de fazer um teste para saber se ela conseguiria respirar sem aparelhos. “Eu brinquei que a gente ia fazer um teste exercendo alguma atividade realizando algum esforço, para ver se ela conseguia ir pra casa sem o oxigênio”, contou.
A intenção também foi de separar as barreiras entre as roupas de proteção, equipamento essencial para profissionais de saúde que atuam na luta contra a covid-19. “Foi para aproximar e transmitir um pouco mais de afeto, [mesmo] com toda aquela roupa, aquela paramentação, que nos separa das pessoas. É preciso humanizar o cuidado, diminuir o isolamento e a solidão”.
Na publicação que fez nas redes sociais, Pedro conta que no primeiro dia em que a paciente chegou na UTI ele a entubou, e no 14º, dia 16 de abril a extubou. O vídeo foi filmado quatro dias após a retirada do tubo para respiração. “Eu desenvolvi um vínculo com ela, tomei algumas medidas mais intensivas e arriscadas que coincidiram de ser no meu plantão”, explicou.
O médico relata que o trabalho na linha de frente ao coronavírus é de tensão. “É um trabalho muito difícil. É um plantão muito diferente do que a gente está habituado, pelas roupas e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que a gente precisa usar, pela tensão com o risco de infecção, de contrair o vírus, [porque] a gente sabe que ele é muito transmissível”.
Assim, com a pequena festa dentro da UTI, que é exclusiva para pacientes com a covid-19 ou com suspeita da doença, Pedro afirma que a equipe também foi ajudada. “Ela ficou super bem humorada, nós brincamos depois, ela colocou mais música para o pessoal ouvir […], então foi uma relação bilateral, a gente a ajudou e ela nos ajudou”.
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