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Marcelo Odebrecht é demitido da própria empresa por justa causa por determinação do pai

NNA BAHIA, EMÍLIO ENVIOU UM ADVOGADO PARA AVISAR O FILHO DE SEU DESLIGAMENTO DA COMPANHIA. FOTO: GERMANO LUDERS/VEJA

O atual presidente da Odebrecht, Ruy Sampaio, demitiu o ex-mandachuva da empresa Marcelo Odebrecht. A demissão foi uma determinação do pai de Marcelo, Emílio Odebrecht. Na Bahia, Emílio, que preside a Kieppe, holding que comanda a Odebrecht, mandou um advogado para avisar o filho na casa dele, em São Paulo. Marcelo foi demitido por justa causa, após a divulgação de e-mails enviados ao pai pelo jornal Folha de São Paulo. Nas mensagens, Marcelo acusa o pai de ser o responsável pela bancarrota da empresa, que levou a companhia a entrar com o pedido de recuperação judicial.

Com a demissão, Marcelo segue como acionista minoritário da Odebrecht S.A., com 2,79% da empresa, mas perde benesses como motorista, segurança, assessor de imprensa, secretária e advogados, todos pagos pela empresa. Sampaio enviou um comunicado para os clientes do Grupo Odebrecht. No e-mail, informa o desligamento de Marcelo e que o ex-chefão do grupo terá os mesmos direitos e deveres dos demais acionistas. Marcelo passa a não falar mais pela empresa.

Para mostrar influência, desde sua soltura, Marcelo Odebrecht vinha dando as caras na empresa. Seu objetivo era mostrar que era querido entre os funcionários e afastar a pecha de malquisto. Emílio pôs fim às visitas: na última segunda-feira, 16, Marcelo Odebrecht foi barrado na portaria da companhia, quando foi à empresa tentar reverter a demissão de Zaccaria Junior, assessor ligado a ele. A demissão foi uma ordem de Emílio, que determinou que todos os funcionários ligados ao filho sejam desligados da companhia. O estopim foi demitir o próprio filho. 

Marcelo e Emílio nunca se deram bem. A agressividade, porém, ficou mais clara desde a morte do pai de Emílio, Norberto Odebrecht, e a prisão de Marcelo no âmbito da Operação Lava-Jato, em 2015, quando Emílio foi obrigado a reassumir a companhia. Desde então, o pai prepara o filho caçula, Maurício (até então à parte dos negócios do império Odebrecht) para tomar as rédeas da empresa quando deixar a Kieppe.

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