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Mancha de óleo já afeta 109 pontos do litoral do Nordeste

A PRAIA DE MARAGOGI, EM ALAGOAS, É UMA DAS AFETADAS PELA MANCHA DE ÓLEO. FOTO: JAIM OLIVEIRA/GETTY IMAGES

A mancha de óleo que se espalha por 2 mil quilômetros da costa brasileira já atinge 109 pontos no Nordeste, desde o Maranhão até Sergipe e afeta alguns dos destinos mais visitados do País.

É o caso das praias de Pipa, aqui no Rio Grande do Norte, Maragogi (Alagoas), Tamandaré (Pernambuco) e do Futuro (Ceará), cuja economia depende da indústria turística, segundo relatório do Ministério do Turismo. Nos nove Estados da região, só a Bahia não foi contaminada pela substância viscosa.

Dono de lojas de suvenir na orla de Pipa, George Policarpo diz que não dá para calcular prejuízo com o acidente. “Quando o turista percebe as manchas, ele vai ter péssima imagem do local e vai achar que é descuido da região, que depende disso. O impacto aqui será maior a médio e a longo prazo. As pessoas que vierem agora vão levar em consideração isso”, pensa.

Até o momento, não se sabe a origem e o responsável pelo vazamento de petróleo no Nordeste, mas os órgãos ambientais acreditam que uma embarcação tenha despejado a substância ilegalmente em alto-mar.

O óleo traz consequências diretas para o ecossistema das praias e, até agora, atingiu dez animais (entre tartarugas marinhas e uma ave), dos quais sete morreram, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O contato com o produto também pode levar a sérios problemas à saúde de moradores e turistas.

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) do Rio Grande do Norte, por exemplo, emitiu nota em que pede para população evitar contato com o petróleo e, se houver, “tentar retirar primeiro com gelo ou com óleos de cozinha, devendo, logo após, lavar a pele com água e sabonete neutro“. A medida é vista como “preventiva” pelo instituto já que o piche provoca irritações e alergia no corpo.

O petróleo cru é rico em benzeno, xileno e tolueno, causando náusea, visão turva, euforia e vertigem quando em contato com mãos, olhos e boca. Além disso, as neurotoxinas do óleo podem afetar o funcionamento cerebral a longo prazo.

“Em função disso, é importante que a coleta seja feita utilizando-se ferramentas como rastelos e pás, acondicionando provisoriamente o material em recipientes plásticos, enquanto o produto não for retirado do local, procurando proteger-se do contato direto com o resíduo, não podendo ser retirado por tratores”, instrui a nota do Idema.

Ibama, Corpo de Bombeiros, Marinha do Brasil e Petrobras estão investigando a situação. Segundo o Ibama, uma equipe de 100 pessoas está trabalhando com medidas paliativas na costa durante a semana.

Sobre a fiscalização de produtos vindos de área costeira manchadas pelo poluente, a reportagem entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. A Agência Sanitária de Sergipe, por meio da gerência de alimentos e da saúde ambiental, negou responsabilidade sobre o caso. Não houve resposta de outras agências de vigilância sanitária locais.

Com informações: época negócios

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