
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem chorando de dor em busca de atendimento na entrada do Hospital Walfredo Gurgel, o maior hospital público do Rio Grande do Norte, localizado em Natal, capital potiguar. O homem não é identificado na gravação.
A pessoa que filma afirma que o SAMU foi acionado e teria alegado que não poderia atender o paciente. Já o Walfredo Gurgel, local onde o homem buscou socorro, teria se recusado a receber o paciente, que chorava de dor na porta da unidade.
“O Walfredo também se recusa a receber, diz que tem que ir pra UPA. Tá aí o cidadão morrendo se acabando de dor, mas infelizmente não pode ser atendido aqui no hospital Walfredo Gurgel, essa é a situação do nosso Estado”, lamenta a pessoa que grava o vídeo.
O cinegrafista diz ainda que irá procurar uma UPA “para ver se é atendido lá ou se leva para morrer em casa”.
Por meio de nota, a Sesap afirmou que não é possível afirmar que o vídeo é recente.
Caso José Williams
O caso acontece poucos dias depois de José Williams ter morrido após buscar atendimento no mesmo hospital e ter o socorro negado, na última sexta-feira (05). Em um vídeo, a vítima diz que estava infartando, mas foi orientado a buscar outras unidades.
Ele chegou a ser atendido no Hospital dos Pescadores, na no bairro das Rocas, foi intubado, mas sofreu duas paradas cardíacas e não resistiu. A causa da morte de José Willams da Silva registrada na declaração de óbito foi “choque cardiogênico” devido a “um infarto agudo do miocárdio”.
A Polícia Civil do RN irá investigar, a partir de pedido do Ministério Público, se houve crime no atendimento realizado no Walfredo Gurgel com o paciente José Willams.
Confira a nota da Sesap:
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA
NOTA
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), junto ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, esclarecem que elementos do vídeo sobre um paciente na porta apontam que a gravação não ocorreu recentemente e sem mais informações torna-se inviável a apuração do caso e uma eventual confirmação ou não da alegação de que tenha sido negado atendimento à pessoa citada. Percebe-se na filmagem que nenhuma das pessoas usa máscara, mesmo no ambiente hospitalar, o que denota um período anterior à pandemia. Outro fator indicativo é de que uma servidora do hospital que aparece na gravação está afastada do serviço.
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