Só no mês de janeiro, golpes
no WhatsApp fizeram 24,2 mil vítimas no Estado do Rio, segundo levantamento do
dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital da PSafe. No país,
estima-se que 198,1 mil brasileiros caíram na isca dos golpistas e tiveram o
WhatsApp clonado no mês passado. A maior parte dos casos foram registrados na
região Sudeste: além do Rio, São Paulo (41,2 mil vítimas) e Minas Gerais (15,9
mil). Ainda conforme o levantamento, a falsa vaga de emprego foi a temática
mais utilizada nos golpes. Como a procura por emprego é alta, os criminosos
ofertam supostas oportunidades em empresas conhecidas para atrair as vítimas.
Os golpistas enviam uma mensagem via WhatsApp informando que empresas, como
SESI e Atacadão estão oferecendo vagas de emprego. Ao clicar no link, a vítima
é direcionada a um site falso que disponibiliza um questionário com perguntas
simples, como “Você tem carteira de trabalho?”. No entanto,
independente da resposta, a vítima é induzida a compartilhar o link do golpe
com mais dez contatos para desbloquear a suposta vaga. Mas na verdade, não
existe oportunidade alguma e a vítima está possibilitando que o golpista
utilize este artifício para disseminar outros golpes à lista de contatos do
aplicativo.
Outra fraude utiliza sites de anúncio com vendas e desapegos como porta de
entrada para a armadilha. Os cibercriminosos encontram usuários, que anunciaram
em sites como a OLX, instalam o WhatsApp no celular deles com o número da
vítima e entram em contato com ela para pedir o PIN que o próprio app envia
para criar a conta. Os golpistas alegam que só assim o anúncio entrará no ar,
mas com o código conseguem clonar e acessar os contatos do WhatsApp. Com isso,
eles se passam pelo dono da conta clonada e pedem dinheiro às pessoas da lista
de contatos, geralmente via transferência bancária.
Para aumentar os lucros às
custas das vítimas, os criminosos estão aperfeiçoando as táticas e agora tentam
arrancar dinheiro de figuras públicas. O chamado “golpe da festa” é
direcionado à atores, youtubers e influenciadores. O alvo desta armadilha são
os famosos, suas famílias e amigos. “No golpe da festa, o criminoso
pesquisa por eventos que terão a presença de pessoas famosas. Depois, se
passando pelo organizador da festa, o golpista entra em contato com a potencial
vítima para solicitar uma suposta confirmação de identidade. Para realizar a
confirmação, a pessoa precisa informar um código enviado ao seu celular.
Contudo, o que a vítima não percebe é que este código se trata de um PIN de
seis dígitos que libera acesso à sua conta do WhatsApp. Ao fornecê-lo, ela tem
a sua conta no mensageiro bloqueada em seu celular e liberada no aparelho do
atacante”, explica Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.
Como se proteger
Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, listou alguns cuidados que as pessoas
devem adotar para não cair em golpes nas redes sociais:
O primeiro passo é ter cuidado ao clicar em links compartilhados no WhatsApp ou
nas redes sociais. A recomendação é que verifique as informações compartilhadas
nos sites oficiais das empresas, e desconfie de promoções, brindes e descontos.
Para aumentar a segurança, outra dica é ativar a autenticação em dois fatores,
disponível no próprio WhatsApp. Ao entrar no aplicativo, clique em
‘configurações’, depois em ‘conta’ e selecione a opção ‘confirmação em duas
etapas’. Desta forma, o usuário precisará escolher seis dígitos para ativar o
PIN de segurança, que será solicitado de tempos em tempos ao entrar no app.
Caso suspeite do link, uma alternativa gratuita é acessar
(www.psafe.com/dfndr-lab/pt-br) para constatar a veracidade. É preciso copiar e
colar o link na caixa central do site em questão.