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Lula e Itamaraty ignoraram alertas de sanções dos EUA por mais de um ano

FOTO: REPRODUÇÃO

Por mais de um ano, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Itamaraty desconsideraram alertas sobre possíveis sanções dos Estados Unidos, culminando na imposição de uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada em 9 de julho de 2025. A medida, decretada pelo presidente americano Donald Trump, veio após reiteradas advertências, incluindo uma carta enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo deputado americano Chris Smith, em 2024, denunciando supostas violações de direitos humanos no Brasil. Segundo a Gazeta do Povo, o deputado Eduardo Bolsonaro já apontava, desde o primeiro semestre de 2024, o risco de punições devido ao que os EUA consideravam ativismo judicial e perseguição política contra opositores de Lula, como o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A postura do governo brasileiro, marcada por um confronto ideológico com os EUA, ignorou sinais claros de insatisfação americana, mesmo durante a gestão de Joe Biden. A decisão de manter o embate, apostando na falta de interesse dos EUA em intensificar o conflito, revelou-se equivocada. Ações como a revogação de vistos de entrada para ministros do STF e a ameaça de aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, reforçaram a escalada das tensões. A diplomacia brasileira, segundo o professor Daniel Afonso Silva, da USP, perdeu tempo precioso, com o chanceler Mauro Vieira demorando a estabelecer contato com seu homólogo americano, Marco Rubio, o que agravou a crise antes da entrada em vigor das tarifas.

Lula, por sua vez, optou por endurecer o discurso, limitando negociações com Trump a questões econômicas, o que agradou sua base eleitoral, mas dificultou avanços diplomáticos. O governo brasileiro enfrenta agora as consequências econômicas das sanções, com governadores de estados afetados rejeitando reuniões com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que tenta articular soluções. A retórica de Lula, que incluiu críticas à gestão Trump e apoio à desdolarização no âmbito dos Brics, intensificou o isolamento diplomático do Brasil. Analistas apontam que a insistência em ignorar os alertas e a falta de diálogo proativo com os EUA colocaram o país em uma posição vulnerável, com riscos fiscais e econômicos crescentes.

Gazeta do Povo

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