Reuniões do ex-presidente do Equador Rafael Correa com antigos mandatários do Brasil, Argentina e Uruguai, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ex-presidente Dilma Rousseff, teriam sido espionadas para a CIA — agência de inteligência dos Estados Unidos. O dono da empresa de segurança espanhola UC Global, SL, David Morales, é o suspeito de ter feito a espionagem para o serviço secreto norte-americano. O caso foi revelado pelo jornal El País, da Espanha.
As reuniões teriam acontecido em 2018, em uma série de encontros do ex-presidente do Equador durante os anos de 2007 a 2017, Rafael Correa, com ex-chefes de Estado da América do Sul. Além de Lula — à época, ex-presidente brasileiro de 2003 a 2010 — e Dilma — que governou o Brasil entre 2011 e 2016 —, também teriam sido espionados em conversas com Correa neste período os ex-presidentes do Uruguai, José Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner (atual vice-presidente).
As informações dão conta de que o juiz espanhol Santiago Pedraz, que investiga o empresário há três anos por diferentes crimes, teria ordenado uma análise do computador de Morales — apreendido pela polícia em 2019, após a prisão dele. Na nova investigação, os peritos teriam constatado a espionagem.
O computador de Morales foi avaliado por peritos nomeados pela defesa do jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks. Contratado para fazer a segurança da Embaixada do Equador em Londres, Morales teria ordenado aos funcionários espionar reuniões de Assange com seus advogados.
No entanto, de acordo com a investigação, Morales também teria espionado as reuniões do então presidente equatoriano para passar informações ao seu sucessor e adversário político, Lenín Moreno.
Um vírus foi instalado no celular das duas filhas de Correa. O software permitiu o controle de todas as mensagens e conversas das jovens enquanto elas estudavam na França.
De acordo com a nova análise do computador de Morales, o nome “CIA” aparece diversas vezes em um HD externo em que ele arquivou os projetos e operações das quais participou. Fotos íntimas de um diplomata também foram encontradas em um cofre na sede da empresa. As imagens teriam sido utilizadas para tentar chantagear autoridades equatorianas.
Com informações do portal R7