
Em pronunciamento nesta terça-feira 5, um dia antes da entrada em vigor da tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, após três mandatos, vê como desafio ampliar as ações do governo e que isso o levará a ficar “mais esquerdista e mais socialista”.
A declaração foi feita durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, em Brasília, e ocorreu no contexto do recente atrito comercial com o presidente norte-americano Donald Trump.
“A gente pode fazer muito mais coisa do que a gente está fazendo. E esse é o desafio de quem já foi presidente três vezes, porque cada vez mais eu tenho que fazer mais. Significa que cada vez vou ficar mais esquerdista, vou ficar mais socialista, vou ficar achando que a gente pode mais. Porque você vai percebendo que as coisas podem acontecer”, disse Lula.
O presidente enfrenta um impasse com o presidente norte-americano Donald Trump, que anunciou a taxação alegando perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lula declarou que, caso perca as eleições do próximo ano, o Brasil poderá voltar ao mapa da fome. Ele defendeu que a alimentação da população seja prioridade constitucional.
“Num governo que tiver alguém passando fome, tem que decapitar o presidente”, diz Lula
“A gente vai mudando aos poucos mas está longe para mudar. Não é uma coisa fácil. Para a gente poder ter mais liberdade de atuação, você precisa construir mais. A gente, se deixar o governo e entrar uma coisa qualquer nesse país, a fome volta outra vez. Porque não é prioridade. Não deveria se um compromisso do governo, deveria ser uma obrigatoriedade constitucional. Num governo que tiver alguém passando fome, tem que decapitar o presidente”, afirmou.
Lula também disse que, se morresse hoje, estaria satisfeito com o atual momento do país.
“Eu vou dizer uma coisa, se eu morresse hoje, eu estaria satisfeito. Eu acho não é fácil o exemplo que vocês estão dando ao mundo. E não é só por conta do Bolsa Família, o sucesso é uma confluência de muitas coisas. O Brasil vive um bom momento. Se juntar o que estamos vivendo na educação, temos menor taxa de desemprego, temos melhor rendimento do trabalho, maior massa salarial. Nós construímos tanta coisa juntos”, declarou.
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