A sensação geral entre quem viaja pelos céus do Brasil em 2019 é de que o preço das passagens está pelas alturas. Não é só um achismo. O colapso da Avianca Brasil, que deixou de operar após deixar de pagar o aluguel e perder 50 aviões para seus credores, reduziu a oferta de aeronaves conectando as principais cidades brasileiras. A demanda, por sua vez, não caiu na mesma proporção. O resultado: a procura e os preços aumentaram nas outras aéreas.
Na esteira da disparada dos preços, duas companhias aéreas do Chile, a JetSmart e a Sky Airline, estão desembarcando no Brasil. Na terça-feira da semana passada, a JetSmart conseguiu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para voos internacionais ao aeroporto de Santiago. A Sky, que voltou a operar no Brasil em novembro do ano passado (a companhia havia deixado o país em 2016 na esteira da crise econômica iniciada dois anos antes) atualmente opera voos da capital chilena para três capitais (Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo) e deve chegar a Salvador até o fim do ano.
A promessa das duas é clara: preços baratinhos para voar a destinos internacionais como Santiago ou Buenos Aires. Em troca, o passageiro deve estar disposto a pagar à parte os serviços que consumir a bordo. Aí nessa conta estão desde facilidades como mudança do nome na passagem (para resolver algum descuido na emissão do bilhete) até comodidades que o brasileiro estava acostumado a receber de graça até recentemente, como o despacho de uma bagagem.
Ao que tudo indica, o modelo de aéreas que cobram tudo à parte, chamado de “low cost” (baixo custo) no jargão do setor, deve expandir no Brasil. Além das duas chilenas, outras três já operam ou devem desembarcar em breve por aqui: a norueguesa Norwegian Air, que tem voos do Rio para Londres, a chilena Sky Airlines, a argentina FlyBondi, que começará a voar em outubro de Florianópolis e do Rio para a capital argentina, e a espanhola Globalia, dona da Air Europa, uma companhia que costuma ter preços mais atraentes que a concorrência, embora não seja em essência uma low cost (os lanchinhos em voos transcontinentais da companhia a Madri, por exemplo, são gratuitos).
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