As Forças de Defesa de Israel (FDI) e o Ministério das Relações Exteriores do país prometeram nesta terça-feira (6) matar Yahya Sinwar, escolhido pelo grupo terrorista islâmico Hamas como novo líder político após o assassinato do antecessor, Ismail Haniyeh.
– Yahya Sinwar é um terrorista, responsável pelo ataque terrorista mais brutal da história – em 7 de outubro – declarou o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, em entrevista à rede de televisão Al Arabiya.
– Há apenas um lugar para Yahya Sinwar, que é ao lado de Mohamed Deif – acrescentou, referindo-se ao comandante-chefe do braço armado do Hamas, que foi morto em um bombardeio israelense em 13 de julho na Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, afirmou que “a nomeação do arquiterrorista Yahya Sinwar (…) é outro motivo convincente para eliminá-lo rapidamente e varrer essa organização vil da face da terra”.
As declarações foram feitas após o Hamas ter anunciado que havia escolhido Sinwar, chefe do grupo dentro do enclave palestino, como seu principal líder político para substituir Haniyeh, assassinado há uma semana em Teerã em um ataque atribuído a Israel.
– A escolha de Sinwar como líder do movimento é uma mensagem para a ocupação (israelense) de que suas ameaças não assustam os líderes da resistência e não afetarão as decisões – disse Taher al Nono, assessor de imprensa do escritório político do Hamas, à rede Al Jazeera, do Catar.
A Jihad Palestina parabenizou o Hamas pela decisão, dizendo que era “uma forte mensagem para o inimigo sionista de que o Hamas continua forte e coeso, e que o inimigo não afetou sua estrutura apesar da guerra de extermínio”.
Sinwar, que estaria escondido em túneis em Gaza, representa a linha mais dura e beligerante do grupo e é considerado o mentor dos ataques de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que deixaram cerca de 1.200 mortos, 251 sequestrados e desencadearam a guerra.
Desde então, ele tem sido o homem mais procurado por Israel.
A escolha de Sinwar, até então líder político e militar do Hamas na Faixa de Gaza, confirma a mudança estratégica no grupo, com o lado militar sobrepujando o político, além de colocar em risco as negociações de cessar-fogo, nas quais defende uma postura mais linha-dura, em comparação com Haniyeh, que era mais pragmático.
Porém, Taher al Nono Nono afirmou que a comunicação entre Sinwar e a delegação de negociação do Hamas para um cessar-fogo “está em andamento desde o primeiro dia da batalha” e que isso não representa um obstáculo para a implementação de acordos.
EFE