
Quando voltava de carro para casa com a esposa e os dois filhos, Jeffery Olsen cochilou brevemente ao volante. Foi o bastante para que ele perdesse o controle do veículo, causando uma terrível colisão.
No acidente, a esposa e um dos filhos do casal morreram. Jeffery também sobreviveu, mas passou por algo que jamais imaginou ser possível: ele “voltou da morte”.
O evento é conhecido como “experiência de quase morte”, marcada por experimentações fora do corpo, visões de seres espirituais ou por estar num estado espiritual ou meditativo.
O acidente foi em 31 de março de 1997, e ele mudou tudo na vida do americano de Nova York (EUA), conforme conta reportagem do “Metro” nesta semana.
Jeffery sofreu ferimentos graves, nos quais teve que amputar a perna esquerda acima do joelho. Ele estava consciente devido à adrenalina que corria em suas veias.
“Mas eu não tinha consciência dos meus ferimentos. Meus pulmões estavam em colapso, minhas pernas estavam despedaçadas, meu braço direito tinha sido quase completamente arrancado, eu oscilava entre a consciência e a inconsciência. Mas, emocionalmente, tudo o que eu conseguia pensar era que precisava ir até o meu filho. Então percebi que ninguém mais estava chorando. Foi então que eu soube que minha esposa e meu filho mais novo haviam morrido no acidente”, relatou ele.
Foi então que ocorreu a experiência “sobrenatural”:
“Eu apaguei, mas então senti uma luz vir e me envolver. Foi reconfortante, como se estivesse me segurando naquela situação terrível. Parecia que eu estava me elevando acima da cena do acidente. Eu conseguia respirar. Não havia dor. Eu estava muito vivo. E então minha esposa – que eu sabia que havia falecido no local – de repente ela estava lá na luz comigo. Ela estava muito viva e linda, sem nenhum dos ferimentos que lhe tiraram a vida. Ela foi enfática ao dizer que eu não podia ficar e que precisava voltar. Porque se eu ficasse com ela, nosso filho sobrevivente ficaria órfão. E, por algum motivo, ela não podia voltar, mas eu podia. Fizemos uma escolha e eu escolhi voltar.”
Jeffery ficou hospitalizado por seis meses, a maior parte dos quais passou na UTI, passando por 18 cirurgias antes de poder iniciar o longo caminho para a recuperação. O paciente recorda ter observado o seu corpo no leito antes de “voltar para ele”, quando finalmente fez a “escolha de voltar”. Outro episódio também despertou a sua atenção: ele se lembra de sentir como se conhecesse todas as pessoas que encontrou durante a sua passagem pelo hospital, onde teve a perna esquerda amputada, o braço direito estava imobilizado e ele dependia de uma bolsa de colostomia.
Após adormecer numa noite, Jeffery disse ter vivido a sua segunda experiência no “além”:
“Eu estava com muita tristeza pela perda de metade da minha família. Mais uma vez, a luz me envolveu, parecia que eu estava me elevando acima da cama do hospital. Eu estava no lugar mais lindo e incrível. Quer dizer, existem palavras como céu, mundo espiritual ou o outro lado. A única palavra que se aproxima do que eu estava vivenciando era que me sentia em casa.”
Foi lá que ele também encontrou o filho que havia perdido no acidente com apenas 1 ano e 2 meses. Ele disse que o abraçou, sentiu seu peso e calor, e cheirou seu cabelo antes de ser dominado por uma “presença cósmica poderosa” atrás dele.
As experiências de “Outro mundo”, disse Jeffery, o ajudaram a lidar com a “culpa” de ter provocado o acidente. O americano virou um autor best-seller, além de atuar como palestrante motivacional, diretor criativo, líder espiritual e mentor. Como gosta de enfatizar, também “pai, amigo e sobrevivente”.
Spencer, o filho que sobreviveu, sofreu ferimentos físicos menos graves, mas emocionalmente sua jornada não é menos inspiradora. ele se tornou músico e eletricista. O americano se casou com Ashley, e os dois tiveram um filho, Maverick. A família mora em Midway (Utah, EUA).
Spencer e Jeffery concluíram recentemente um livro infantil, “Onde Você Está?”, que aborda o luto, a descoberta e o processo de cura através dos olhos de uma criança, com base nas lembranças de Spencer quando tinha 7 anos, num período em que foi “forçado a passar da adolescência à vida adulta”.
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