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Governo vai pagar R$ 517 mil por férias não gozadas a ex-delegado preso por extorsão

FOTO: REPRODUÇÃO

O ex-delegado Maurício Demétrio Afonso Alves vai receber R$ 517 mil do Governo do Rio por férias não gozadas. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira. O ex-delegado está preso desde junho de 2021, acusado de chefiar a cobrança de propina de lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Ele foi condenado a mais de nove anos de prisão por cinco crimes: obstrução de justiça, organização criminosa, lavagem de capitais, além de laudo falso e inserção de dados falsos em sistema.

O despacho sobre as férias foi feito pelo secretário Felipe Curi. A publicação não especifica o período a que a indenização se refere. No fim do ano passado, ele foi demitido da Polícia Civil após um decreto do governador Cláudio Castro.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que a publicação no Diário Oficial “corresponde a um reconhecimento do direito de pagamento por período trabalhado pelo ex-servidor antes dos fatos que ensejaram sua demissão”.

Segundo a corporação, a indenização contempla três meses de licença-prêmio, nove meses de férias e três pagamentos de terço constitucional de férias.

“É importante destacar que ainda não há data definida para que o mesmo seja efetuado. Antes do pagamento, a Polícia Civil enviará um ofício para o juiz responsável pelo processo consultando sobre qualquer impedimento para o depósito”, diz um trecho da nota.

Demetrio esteve por mais de 20 anos na Polícia Civil do Rio. Ele passou por diversas delegacias, quase todas especializadas — do Meio Ambiente (DPMA), do Consumidor (Decon), de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Foi nesta última que, segundo o Ministério Público do Estado do Rio, o policial usava a estrutura para negociar e cobrar propina de comerciantes da Rua Teresa.

A sentença que o condenou saiu da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Em trecho do documento, o juiz Bruno Monteiro Rulière afirma que o desvio de finalidade das operações policiais foram “o ponto central da questão posta em julgamento”. “Aponte-se que os crimes são gravíssimos e foram praticados justamente valendo-se da função pública que exerce e da estrutura que a Polícia Civil lhe confere”.

Ostentação

Demetrio foi preso na Operação Carta de Corso, do Ministério Público. No momento da prisão, os agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP apreenderam R$ 240 mil em dinheiro na casa dele, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, além de 13 celulares, três carros de luxo blindados e joias, como relógios de marca famosa.

Com a análise de três dos telefones apreendidos, os promotores do MPRJ descobriram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda. Demetrio ostentava riqueza, inclusive contratando seguranças particulares para protegê-lo em viagens.

Os promotores descobriram ainda que o policial fazia, com frequência, viagens internacionais com a família em classe executiva pagas em espécie. Fora as hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, e carros de luxo no Brasil e no exterior.

Extra

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