O governo de Pernambuco rebateu a sugestão de federalização do Arquipélago de Fernando de Noronha, feito pelo presidente da república Jair Bolsonaro através de uma live realizada nesta quinta-feira (5). Bolsonaro criticou o alto custo para visitsação da ilha.
“Eu sugeri a gente federalizar Fernando de Noronha porque parece que virou ali uma ilha de amigos –não quero falar o nome aqui para não criar problema–, de amigos do rei, e o rei não sou eu”, disse em transmissão pelas redes sociais.
O presidente disse ser um “absurdo” ir para uma praia e pagar 100 reais. A alusão ao valor, na verdade, se refere a uma taxa de preservação ambiental que custa R$ 75,93 por dia. O objetivo da federalização sugerida seria para tornar o arquipélago em um polo turístico.
“Poderia ser um local aí de arranjar recursos para o Brasil, vindo de fora, do turismo, dar uma condição de vida melhor para a população. Então é muita coisa errada no Brasil que a gente vai arrumando devagar, arranjando solução. Não dá para aquela ilha ter dono”, criticou.
Resposta:
Na manhã desta sexta-feira (6), o governo de Pernambuco enviou uma nota em resposta a sugestão feita pelo presidente.
“Em respeito à Constituição Federativa do Brasil e ao povo de Pernambuco, o Governo do Estado tem trabalhado muito para encontrar soluções para superação dos desafios atuais. Em Fernando de Noronha somente nos últimos dois anos, o Governo de Pernambuco investiu mais de R$ 20 milhões na construção de casas, recuperação de estradas vicinais, implantação de iluminação de LED e readequação completa do porto de Fernando de Noronha.
Estamos também ampliando a oferta de energia solar e reduzindo a poluição na ilha, com os programas Carbono Zero e Plástico Zero. No mesmo período, o Governo Federal divulgou três vezes que iria mandar recursos para o saneamento e nunca liberou qualquer valor, além de aumentar o preço das taxas de preservação ao invés de extingui-las, como havia prometido. A população de Fernando de Noronha, a exemplo de todos os brasileiros, conta com ações efetivas, integradas quando possível, para que as melhorias sigam acontecendo. Criar soluções é mais produtivo do que criar polêmicas.”
Diário de Pernambuco