A CPMI das Fake News divulgou nesta quarta-feira (3) um relatório com informações obtidas junto à Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que mostra os canais pelos quais os anúncios do Governo Federal, contratados por meio da plataforma Google Adwords, foram exibidos entre 06 de junho e 13 de julho de 2019. Somente sites, aplicativos de telefone celular e canais de YouTube que veiculam notícias falsas, ofertas de investimentos ilegais e aplicativos com conteúdo pornográfico, receberam mais de dois milhões de anúncios.
No período, 65.533 canais de internet receberam anúncios do Governo Federal. Esses canais são divididos em três categorias: sites (4.018 canais); aplicativos para celular (13.704 canais) e canais do YouTube (47.811 canais). No total, foram realizadas, nesses canais e nesse período, mais de 47 milhões de anúncios do governo Bolsonaro.
O site que mais recebeu publicidade foi o portal Resultados Jogo do Bicho (319.082 impressões). Sites de notícias falsas também atraíram um grande número de impressões de anúncios do Governo Federal. Um dos campeões de veiculação, com 66.431 impressões, foi o “Sempre Questione”. O portal traz textos sobre múmias alienígenas escondidas em pirâmides do Egito, colisores de átomos que abrem portais para o inferno e baleias encontradas em fazendas a centenas de quilômetros do litoral.
Outro dado revelado pela CPMI foi a existência de canais dedicados a promover a imagem do Presidente da República entre os anunciantes do Governo Federal, como “Bolsonaro TV”e os aplicativos para celular “Brazilian Trump”, “Top Bolsonaro Wallpapers” e “Presidente Jair Bolsonaro”.
Também foram registradas impressões publicitárias em canais que compartilham conteúdo sexual, que desrespeitam os direitos de autor ou de transmissão, que divulgam ofertas ilegais de investimento ou que pertencem a titulares de cargos eletivos. “Além desses, há um número
considerável de canais de YouTube removidos por descumprimento das regras da plataforma que figura entre as plataformas receptoras de anúncios do governo federal”, aponta o relatório.
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