A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou à coluna que não são sentimentos pessoais que têm levado Lula a descartar debates com Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer.
Na segunda (1), Lula afirmou que não assinaria manifestos contra Jair Bolsonaro em que estivessem “determinadas pessoas”. Ele tem dito que os dois ex-presidentes não são democratas.
“Não é mágoa que levou Lula a não assinar o manifesto com FHC, Temer e outras pessoas que assinaram. Foi a trajetória deles, o protagonismo e a ação deliberadamente consciente que tiveram para construir o caminho que nos trouxe até aqui”, afirma ela.
A decisão de Lula teve ampla repercussão. Para a presidente do PT, a posição dele precisa ser compreendida.
Ela cita o fato de o escritor Marcelo Rubens Paiva ter se recusado a participar de uma entrevista no Roda Viva com Lobão para traçar um paralelo com a decisão de Lula.
O cantor já minimizou a tortura no Brasil afirmando que agentes da ditadura “arrancavam umas unhazinhas” das vítimas. Rubens Paiva, pai de Marcelo Rubens Paiva, foi assassinado pelo regime militar e seu corpo nunca foi encontrado.
“Eu entendo a posição do Marcelo Rubens Paiva de não querer ir na entrevista com o Lobão, de estar com o Lobão, pelo que ele significa. As pessoas podiam entender um pouco também o que o Lula coloca”, diz Gleisi.
Além de conversar com a coluna, ela enviou mensagens por Whasapp para explicar a posição de Lula.
Folha de S. Paulo