O ocupante de um dos cargos de maior destaque dentro da estrutura da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) é acusado de assediar sexualmente uma subordinada de 21 anos.
Mensagens no aplicativo de WhatsApp atribuídas a Marcus Thiago de Oliveira Figueiredo, coordenador-geral de Tecnologia de Informação do órgão público, revela possíveis investidas contra uma secretária a partir de agosto de 2019, apenas dois meses após o gestor tomar posse no cargo público.
Os diálogos que integram um processo administrativo interno vieram à tona somente agora.
As conversas foram obtidas com exclusividade pelo Metrópoles e escancaram a mesma metodologia já reconhecida nesses tipos de crime: a estratégia de recorrer à importância da função para coagir a vítima a devolver, por meio de favores sexuais, uma possível ascensão no local de trabalho.
De acordo com o Diário Oficial da União (DOU), Marcus Thiago foi nomeado para o cargo no dia 17 de junho de 2019 para receber um salário bruto mensal de R$ R$ 10.373,30.
A reportagem teve acesso à troca de mensagens que integra um longo relatório que tramita no Conselho de Ética da instituição. Os diálogos perduraram por pelo menos um mês e, embora a postura da estudante demonstre distanciamento dos desejos carnais do chefe, a investida tem uma escalada obscena. A coluna preservou a identidade da vítima por decisão editorial.
“Vem aqui para a gente despachar, minha princesinha. Terminou? Vou ficar mal acostumado. Acho que esse mal costume é bom, hein. Estou sentindo o seu cheirinho aqui, acredita?”, teria ele iniciado a conversa num dos momentos mais suaves do diálogo.
“Quando chegar, venha dar um cheiro na minha sala. Assim, me apaixono ainda mais por essa princesinha. Quando o coronel sair, venha aqui por favor”, teria insistido o gestor antes da confirmação monossilábica da auxiliar.
Em outro trecho, é possível identificar uma aparente sinalização de benesse no caso de a empreitada funcionar. “Já consegui sua vaga, viu? Quer conversar amanhã ou quer conversar hoje? Quer comer algo?”. Na resposta, a secretária recua do convite por mencionar uma festa de aniversário naquela noite.
Metropoles