Apesar de as medidas de isolamento terem sido adotadas desde a segunda quinzena de março em todo o Brasil, inclusive na Câmara dos Deputados, parlamentares da Casa desembolsaram pelo menos R$ 2,8 milhões da verba indenizatória para despesas com combustíveis e lubrificantes.
Levantamento feito pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, mostra que 476 dos 513 deputados apresentaram notas fiscais emitidas em postos nos últimos 5 meses. Os valores variam de R$ 6 mil a R$ 10 por documento.
Em março, ainda no início da pandemia, o montante referente aos pagamentos ultrapassou R$ 1 milhão. Nos dois meses seguintes, a média foi de R$ 486 mil a cada 30 dias. Em junho, o valor saltou para R$ 531 mil. Julho contabilizou uma queda, somando R$ 306 mil. No entanto, os números devem aumentar, visto que os parlamentares têm até 90 dias para pedir o reembolso, conforme prevê o Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
O deputado Nereu Crispim (PSL-RS) foi quem mais gastou. Desde março, ele comprou R$ 27,4 mil em combustível. Para fechar o pódio, Roman (Patriota-PR) e Claudio Cajado (PP-BA), que desembolsaram R$ 25,5 mil e R$ 24,1 mil, respectivamente.