O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, exonerou do cargo o secretário de Serviços Integrados de Saúde da corte, Marco Polo Dias Freitas, nesta segunda-feira (28). Marco Polo foi responsabilizado por Fux pelo pedido feito à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para que ministros e servidores do tribunal tivessem prioridade na vacinação contra a covid-19, reservando para eles 7 mil doses. A informação sobre a exoneração, dada pelo colunista Ancelmo Góis no jornal O Globo, foi confirmada pelo Congresso em Foco.
Em entrevista à CNN Brasil nesta manhã, o presidente do STF disse que foi criticado por uma decisão que não autorizou e sobre a qual não havia sido informado. “É muito ruim isso”, afirmou. A Fiocruz negou o pedido, alegando que não tinha autonomia “nem para dedicar parte da produção” para a imunização de seus próprios servidores. Segundo o órgão, a produção de vacinas será integralmente destinada ao Ministério da Saúde.
A nova posição do ministro contrasta com a assumida por ele logo após a entrega do ofício à Fiocruz. Em entrevista à TV Justiça, ele disse que o pedido tinha como objetivo evitar que a corte parasse em meio à pandemia. “Nós, por exemplo, fizemos um pedido de toda forma delicada, ética, um pedido, dentro das possibilidades, quando todas as prioridades forem cumpridas, de que também os tribunais superiores — que precisam trabalhar em prol da covid — tenham meios para trabalhar. E para isso precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma”, declarou.
Fux afirmou hoje à CNN que o documento foi enviado sem seu conhecimento e que foi Marco Polo quem telefonou para a Fiocruz em nome do STF.
O Congresso em Foco não conseguiu contato com o agora ex-secretário. Marco Polo é médico com doutorado em Ciências da Saúde e estava no cargo desde agosto de 2014. Pedido semelhante foi feito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para os seus ministros e secretários. A solicitação também foi negada pela Fiocruz, que alegou os mesmos motivos para rejeitar o ofício do Supremo.
Congresso em Foco