Está circulando nos grupos do WhatsApp um áudio gravado por uma funcionária do Hospital Maria Alice Fernandes, em que ela faz um desabafo dramático sobre o fechamento da UTI pediátrica da unidade, anunciada nesta quarta-feira (27).
No áudio, a funcionária que se identifica como Leila, informa que trabalha na UTI do Hospital desde a sua abertura e que a possibilidade do fechamento, por falta de médicos, estava sendo discutida desde o início deste ano.
Leila relata que foram realizadas várias reuniões junto com a equipe da Secretaria Estadual de Saúde (SESAP), porém nada foi impedido para que se chegasse nessa situação. Ela, inclusive, cita que em uma determinada reunião a secretária de saúde disse que nada poderia ser feito.
” Em uma das reuniões que as médicas foram, a secretária olhou para elas e disse: eu não posso fazer nada”. (áudio)
A funcionária denuncia que ” as crianças irão morrer”, e diz que não apenas no Maria Alice, mas a “Saúde do estado está morrendo”, e faz uma convocação à população do RN para que se mobilizem.
” Vamos acordar! O Maria Alice é um hospital referência do estado e está fechando! O centro cirúrgico também irá fechar, proque o médicos não irão operar sem ter uma UTI no hospital” (áudio)
Finalizando, Leila pede para que seja feito uma divulgação em massa nas redes sociais e meios de comunicação, para que sensibilize as autoridades e algo seja feito para impedir o fechamento da UTI do Hospital Maria Alice Fernandes.
Ouça o áudio completo:
Entenda o caso
A Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, em Natal, foi fechada temporariamente. A unidade, que já estava sem receber ninguém, transferiu nesta quarta-feira (27) os últimos quatro pacientes que ainda estavam internados para a UTI Pediátrica do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Cláudio Santos, anunciou que irá hoje (28) pessoalmente até o Hospital Maria Alice acompanhado de juízes e disse que está disposto a tomar as medidas cabíveis para que a unidade volte a funcionar.