Uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, publicada na revista científica Cell Stem Cell, mostra que fumantes com Covid-19 têm 3 vezes mais células contaminadas pelo coronavírus do que não-fumantes.
O estudo foi feito com pulmões artificiais criados a partir de células-tronco. Alguns pulmões foram expostos à fumaça de cigarro por três minutos por dia durante quatro dias. Todos foram infectados com o Sars-CoV-2. Ao final do experimento, os pulmões que simulavam os órgãos respiratórios de fumantes estavam mais infectados.
Os cientistas também perceberam que o cigarro atrapalha os interferons – mensageiros do sistema imune que alertam as células sobre uma invasão – funcionem corretamente. O resultado disso é que mais células ficam vulneráveis ao coronavírus.
“Se pensarmos nas vias aéreas como os muros altos que protegem um castelo, fumar é como criar buracos nessas paredes. O cigarro reduz as defesas naturais e permite que o vírus se instale”, explica Brigitte Gomperts, responsável pelo estudo.
O cigarro é responsável, ainda, por endurecer as artérias e aumentar o risco de doenças do pulmão e do coração, que são fatores de risco para a Covid-19. Ainda no início da pandemia, os tabagistas foram incluídos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os grupos de risco para a infecção provocada pelo novo coronavírus.
Metrópoles