“O estado perdeu um pouco do espaço na fruticultura nos últimos anos, até praticamente 2012 ou 2013. De lá para cá, voltou a crescer e está aumentando. O resultado do ano passado coloca o estado como o quarto maior exportador do país, atrás da Bahia, Pernambuco e o Ceará. Acho que ele tem como ultrapassar o Ceará já este ano, em termos de valor de exportação e ser o terceiro maior exportador de frutas do Brasil. Acho que essa é uma perspectiva bastante positiva”, afirma o produtor Luiz Roberto Barcelos, da Fazenda Famosa, que preside o Coex e a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).
De acordo com ele, embora o país viva um momento de crise, há setores que estão em uma situação favorável ao crescimento e que podem ser vetores para a retomada do desenvolvimento. Um deles é a fruticultura. “Quando a crise vem, todo mundo reduz investimentos. Quando você reduz investimentos, reduz a produção e alimenta mais a crise, ao invés de sair”, diz ele. “A saída da crise é trabalho e produção, não tem outra forma de fazer isso. E o agronegócio tem sido a locomotiva da economia brasileira nos últimos anos. A fruticultura, mais ainda”, pontua.
Situação dos aquíferos preocupa
Apesar da perspectiva de crescimento, a exportação das frutas registrou queda superior a 20% no primeiro bimestre deste ano em relação a 2014. Isso por causa de um contraste próprio desse segmento. Ao mesmo tempo em que ele precisa da chuva para restabelecer os aquíferos subterrâneos, após uma seca de praticamente cinco anos, o excesso de água prejudicou a produção de janeiro. No primeiro mês do ano caíram 280 milímetros, quando a média é de 80.
“Para a fruta, tem que ter chuva no momento correto. E o momento correto seriam esses meses de março e abril, quando todos os produtores reduzem bastante a produção, para não correr riscos.