A Polícia Civil investiga denúncias de mães mostrando que os filhos autistas teriam sido agredidos, trancados em salas e tocados nos genitais em uma clínica em Duartina, no interior de São Paulo. Além disso, prints de mensagens mostram que a fonoaudióloga, que atendia as crianças, xingava os pacientes.
A profissional se referia às crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) como “filho da puta”, “demônio”, “chato”, “insuportável”, entre outros termos. O G1 teve acesso às cópias das conversas que fazem parte da investigação. “Cagou minha sala inteira. Filho da p***”, disse. Em outra, escreveu: “Demônio chegou”.
As mensagens foram enviadas pela fonoaudióloga em 29/3 e 8/4. Os registros mostram ainda que a profissional não oferecia as sessões individualizadas que tinham sido contratadas e pagas pelas mães.
Denúncia
Uma ex-funcionária contratada como acompanhante terapêutica fez vídeos, fotos e áudios das agressões. Ela decidiu fazer a denúncia na polícia quando viu menino levar um tapa.
O celular da ex-funcionária foi apreendido para perícia do material gravado. O laudo deve ficar pronto nesta semana. O delegado responsável pelo caso, Paulo Calil, afirmou que também apura se foi praticado o crime de tortura.
Defesa da fonoaudióloga
“Não houve ainda sequer a constituição formal de inquérito policial, de modo que todas as informações referentes às denúncias devem ser analisadas com cautela e prudência, tanto em respeito à pessoa das acusadas como às supostas vítimas”, disse a defesa da suspeita ao G1.
Metrópoles