Os assentos da Nationwide Arena, em Ohio, foram tomados por 13 mil pessoas no sábado, 14. Mais de 400 veículos de comunicação credenciados. O jogo, em si, era o de menos. Estavam lá por LeBron – mas não o astro dos Los Angeles Lakers. A atração, dessa vez, era seu filho, Lebron James Jr, ou apenas Bronny. Aos 15 anos, ele se tornou uma celebridade no basquete colegial.
Calouro do ensino médio, Bronny é acompanhado por 3,9 milhões de seguidores em seu Instagram. O ginásio de sua escola, a Sierra Canyon, vive lotado em dia de jogo. Para sua estreia, mil ingressos foram vendidos pela internet em 32 minutos. Eram 10 câmeras registrando cada movimento seu em quadra.
A ESPN, um dos principais canais esportivos do mundo, decidiu transmitir as partidas em um serviço de streaming. Nesta temporada, serão 15 no total. Vídeos no Youtube chegam à casa do milhão em visualizações, assim como as curtidas em algumas de suas fotos.
“Se eu postar uma foto de Bronny, muitas vezes ele terá mais tração do que os jogadores da NBA”, afirmou ao jornal The Washington Post a fotógrafa Cassy Athena, responsável por uma foto de Bronny que foi compartilhada por LeBron em seu Instagram e rendeu 2,5 milhões de likes.
A história se assemelha à do pai. LeBron James virou capa da revista Sports Illustrated em 2002 ainda como júnior da escola de St. Vincent-St. Mary. Na ocasião, era comparado aos maiores ícones do basquete, entre eles Michael Jordan e Magic Johnson, e tinha seus jogos transmitidos nacionalmente pela televisão.
Bronny ainda não é o mesmo fenômeno. Sequer é o melhor de sua equipe colegial, onde faz parceria com Zaire Wayde (17), filho da ex-estrela Dwyane Wade, que formou dupla vencedora com LeBron no Miami Heat. Veste a camisa 0 em vez do número 23 usado pelo pai. Mas as comparações são inevitáveis: é o “herdeiro do trono”, como o próprio LeBron o descreveu em uma postagem nas redes.
Para isso, o adolescente foi matriculado em uma ambiciosa escola que sonha competir com as de ponta, em termos acadêmicos e esportivos, por meio de um ambiente mais descontraído. Apostam em vestimentas informais e na diversidade – 43% do corpo estudantil é não-branco. E apesar das mensalidades somarem US$ 40 mil por ano, a direção afirma: “Somos uma elite sem ser elitista”.
O complexo esportivo da Sierra Canyon já antecipa a estrutura profissional, seja nas quadras ou sala para e-sports repleta de computadores de última geração. Seu time de basquete conta com seis assistentes técnicos, a par de um time da NBA. Bronny e seus companheiros recebem relatórios com observações antes dos jogos e participam de um dia de mídia na pré-temporada.
Diante de tamanho aparato, LeBron tenta blindar seu filho, proibido de dar entrevistas. O astro da NBA também evita opinar no trabalho do treinador dos Sierra Canyon Trailblazers. Quem convive com Bronny diz que o jovem não se deslumbra com a fama e é de poucas palavras, embora se preocupem com a pressão que recai sobre o adolescente.
A Sierra Canyon precisou empregar uma equipe de segurança privada e mandar seus jogos em arenas maiores para comportar o público que anseia ver Bronny em ação, incluindo famosos como o rapper Drake.
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