Vitória Medeiros, filha do piloto de avião Geraldo Medeiros, pretende processar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pelo acidente que levou à queda do bimotor em que estava a cantora de sertanejo Marília Mendonça. Todos que estavam a bordo, entre eles Geraldo, morreram.
Os advogados de Vitória Medeiros pretendem argumentar que faltava a devida sinalização nas torres de energia na região do aeroporto em que a aeronave que levava a cantora deveria ter pousado. A Cemig chegou a informar que o avião colidiu com um cabo de energia momentos antes de cair nas proximidades de um riacho. Moradores da região que dizem ter testemunhado o acidente também relataram ter visto a colisão.
“A Cemig diz que a torre estava a 1 quilômetro de distância da zona de proteção do aeroporto, que é de 4 km. No entanto, como eles criaram um perigo ao colocar aquela estrutura, eles têm responsabilidade”, explica o advogado Sérgio Alonso, representante da filha do piloto e especialista em Direito aeronaútico.
De acordo com o advogado, a filha do piloto busca defender a honra do pai:
“Ele era um piloto experiente, com 30 anos de profissão.”
A queda do avião resultou na morte da cantora e de mais quatro pessoas. As demais vítimas do acidente foram seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e do copiloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros e Tarciso Pessoa Viana, respectivamente.
A Cemig divulgou uma nota de posicionamento sobre o caso. Segue o texto integral:
A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente do dia 5 de novembro, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro (como mostra imagem já divulgada pela Cemig).
Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.
A sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido.
As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas.
O Globo