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Filha de ministro do STJ afirma em mensagens que pai defendeu invasão ao STF

EM DIÁLOGO DE 2016 ENCONTRADO EM CELULAR APREENDIDO DE EMPRESÁRIO, FILHA DE JOÃO OTÁVIO DE NORONHA DIZ QUE, PARA O PAI, STF ERA “CORROMPIDO”. FOTO: DIVULGAÇÃO/STJ

A advogada Anna Carolina Noronha, filha do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) João Otávio Noronha, afirmou, em diálogos encontrados pelo Ministério Público Federal no celular apreendido de um empresário, que o pai teria defendido a invasão ao Supremo Tribunal Federal (STF) na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, como uma forma de pressionar os ministros. A afirmação, prenúncio das ameaças e dos ataques antidemocráticos que o STF sofreria nos anos seguintes, foi feita pela filha de Noronha, conhecida como Nina Noronha, em uma conversa de WhatsApp com o empresário Marconny Faria, alvo de investigação do MPF por suspeita de fraudes em licitações no Pará.

No diálogo, de 16 de março de 2016, Nina Noronha afirmou que o pai considerava o STF “corrompido” e seus ministros “comprados”, enquanto narrava a Marconny a indignação do pai em meio à indicação de Lula para ser chefe da Casa Civil por Dilma Rousseff. Na ocasião, o movimento foi interpretado pela oposição ao PT como uma tentativa de blindar o ex-presidente, já alvo de investigações, por meio do foro privilegiado. Ocorreram protestos com cerca de 5 mil manifestantes em frente ao Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios, e a polícia teve que agir quando houve tentativa de invadir a rampa do Congresso.

“O meu Pai falou w (que) os manifestantes deviam sim ter invadido. O palácio. O srf (STF). Pq não há mais instituição. O stf tá corrompido”, escreveu a advogada.

Marconny, em seguida, respondeu: “Não podemos fazer isso. Senão perdemos a ordem”.

A advogada prosseguiu: “Podemos sim. O stf foi corrompido. Por completo. Tão querendo ferrar o Moro”.

O empresário, na sequência, fez referência a um movimento para levar Sergio Moro, então juiz federal da Lava Jato em Curitiba, para o STF, após o próprio Noronha também se tornar um ministro do Supremo.

“Vamos fazer várias ações. Não vai conseguir ferrar o Moro. Vai ser o próximo min (ministro) do STF depois do seu pai”, disse, sem dizer quem seriam as pessoas que planejavam esse movimento.

Metrópoles

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