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FENAJ repudia exigência de antecedentes criminais a jornalistas que ouvirão Paulo Guedes em Fortaleza

PARA O SINDJORCE E A FENAJ, A MEDIDA DO MINISTÉRIO FAZ PARTE DA CRUZADA LIDERADA POR BOLSONARO CONTRA A IMPRENSA. FOTO: RAFAEL CARVALHO/CASA CIVIL

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) repudiam com veemência a exigência colocada pelo Ministério da Economia, chefiado pelo economista Paulo Guedes, de que jornalistas apesentem “atestado de antecedentes criminais” para poderem obter credencial para a cobertura da agenda do ministro em Fortaleza.

Uma obrigatoriedade completamente inédita e absurda. Como reportou nesta tarde o jornal O Povo, uma cobrança “nunca antes apresentada para o acompanhamento de autoridades durante suas passagens pelo Ceará”. Nem presidentes demandaram tal questão.

Para o Sindjorce e a FENAJ, a medida do Ministério faz parte da cruzada liderada por Bolsonaro contra a imprensa, sobretudo contra os veículos e os profissionais que cometam o “pecado” de fazer jornalismo em tempos de autoritarismo, de disseminação do ódio e de destruição de direitos sociais e trabalhistas.

Mas a grande verdade é que se fosse atendido este critério de antecedentes, muitos integrantes do Governo Bolsonaro não poderiam nem estar em seus cargos. É o caso do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, condenado por improbidade administrativa, e pode ser o caso de Guedes, que é, segundo reportagem d’O Globo, suspeito de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013.

O fato é que os atuais representantes do Governo Federal, eleitos em meio uma onda de desinformação e da mentira, mais uma vez criam empecilhos para o trabalho de jornalistas. O tratamento dado aos jornalistas desde a posse de Jair Bolsonaro só é comparável ao praticado em ditaduras, autocracias e outros regimes e formas de governos autoritários ou fascistas.

Enquanto sociedade civil organizada, representações de classe e lideranças populares, não podemos nos calar diante de todos esses atos imperiosos.

Seguimos atentos em defesa da democracia e de uma imprensa livre, crítica, plural e voltada ao interesse público.

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