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Fechamento de restaurantes às 20 horas já provoca o afastamento de centenas de funcionários; dono do Nemésio´s lamenta demissões

NOS DOIS RESTAURANTES “CAMARÕES POTIGUAR” , 250 FUNCIONÁRIOS FORAM MANDADOS PARA CASA

O decreto estadual que impõe a paralisação de funcionamento de restaurantes a partir das 20 horas já começa a fazer vítimas. Em Ponta Negra, principal polo turístico de Natal, mais de 10 restaurantes resolveram fechar devido ao ato governamental instituído pela governadora Fátima Bezerra. No bairro do Tirol, o empresário Pio Morquecho, proprietário do restaurante Nemésio´s, publicou em sua rede social uma postagem de lamento por ter demitido antigos funcionários de seu estabelecimento.

Segundo informações de empresários do setor, somente nos dois restaurantes “Camarões Potiguar”, localizados em Ponta Negra, e que são ícones ao atendimento ao turista,  250 funcionários foram mandados para casa, já que o estabelecimento foi forçado a suspender suas atividades.

PIO MORQUECHO, DONO DO TRADICIONAL NEMÉSIO´S, LAMENTA DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS

A pergunta é simples: até quando os restaurantes vão poder bancar os salários de funcionários que se encontra em casa tendo o fantasma do desemprego rondando a sua mesa?

Fechar um restaurante às 20 horas é inviabilizar o negócio e matar de inanição o empreendedor.

Motivo: a permanência média de um cliente em uma mesa nesse tipo de restaurante é de 1h54 minutos. A maioria dos restaurantes abre suas portas às 18h:30, mas a clientela normalmente só começa a chegar depois das 19 horas.

Resumo da ópera: fica impossível o cliente chegar às 19 horas e serem mandados para a rua às 20 horas. Na última segunda-feira, o Camarões passou por essa situação – a polícia chegou e determinou  que os funcionários mandassem os clientes sair.

Os Restaurantes de Ponta Negra, em sua maioria, só têm movimento maior a noite, o faturamento deles é em média 80 % no período noturno e 20% durante o dia.

O empresário Paulo César Galindo proprietário da churrascaria Fogo & Chama, decidiu fechar para o almoço e avalia agora encerrar as atividades também à noite.  Este restaurante é outro que tem a maioria dos seus clientes composta por turistas, que costumam sair para jantar a noite.

No Ceará, por causa do toque de recolher uma tradicional casa daquele estado, que é a “Coco Bambu” já fechou definitivamente as suas quatro unidades. A diferença é que lá, para compensar  o “toque de recolher”,  o Governo entrou com uma bolsa de R$ 1.000 reais por mês para cada funcionário que foi mandado para casa.

A “lacração” gerada pelo decreto estadual do RN pode ter um nefasto efeito cascata nos setores que atuam no turismo: dados do sindicato do setor e da Abrasel apontam que o impacto das medidas da pandemia poderá provocar a demissão de 60 a 80 mil pessoas, pois o turismo tem um impacto em 53 atividades, segundo a OMT.

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