Governadores do Nordeste se reuniram nesta terça-feira 20, no evento Diálogos Capitais, realizado por CartaCapital, com o objetivo de apresentar o projeto Consórcio Nordeste para investidores. Estiveram presentes os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT), do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e do Piauí, Wellington Dias (PT). No Consórcio, estão representados os nove estados da região.
Segundo os gestores estaduais, a ideia é atrair investimentos internos e externos, estabelecer projetos de desenvolvimentos em conjunto e realizar compras para setores públicos em maior escala e a menor preço. Em discurso de abertura, o jornalista Mino Carta, diretor de redação de CartaCapital, exaltou a iniciativa de apostar na união dos estados para explorar as potencialidades de cada local.
Fátima “levanta bandeira da educação“
No discurso da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), a educação ganhou especial atenção. A gestora é conhecida por sua árdua defesa ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), criado em 2006 e com expiração prevista para 2020. O fundo é responsável por 63% dos investimentos em educação básica.
Fátima aproveitou para criticar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que nomeou seu assessor, Maurício Vieira, para assumir o comando do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). A escolha de Weintraub contrariou a escolha da comunidade da instituição.
“Me dói demais, enquanto professora, enquanto militante da luta em defesa da educação que sou há muito tempo, acordar ontem e, de repente, ver lá o ministro da Educação em um ato mais desvairado, mais um, mais destrambelhado, intervindo na soberania popular de um instituto federal de educação e profissional lá do Rio de Janeiro. Acordo hoje com mais uma intervenção. Com mais um ataque à democracia”, disse Fátima.
Para explicar a importância do Consórcio Nordeste, a governadora afirmou que um dos setores mais desafiadores – e que podem ser beneficiados – é o da segurança pública. Com o estabelecimento de compras comuns e planos integrados das polícias, é possível, segundo ela, melhorar índices que já apresentam superação de problemas, mas ainda precisam de estímulos. Ela lembra que o Rio Grande do Norte já liderou o ranking dos estados mais violentos do país, porém, hoje, é um dos quatro que mais reduzem os casos de criminalidade.
Além disso, Fátima diz que encontrou o estado sob “escombros” e que precisa de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento econômico do local e para a correção do desequilíbrio fiscal.
“Quando o Rio Grande do Norte decretou calamidade financeira, no mesmo dia, eu liguei para o secretário de Política Econômica, doutor Mansueto de Almeida, e disse a ele: olha, eu estou ligando para o senhor para informar que eu acabo de decretar calamidade pública financeira. E não estou fazendo isso para confrontar com o governo federal. Estou fazendo isso, movida por um senso de responsabilidade enquanto governadora. Não tem outro nome a dar a um estado que eu encontrei em escombros com esse descalabro. A calamidade é um ato de transparência, de chamar a sociedade para discutir conosco”, afirmou.
Com informações: Carta Capital