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Fabricante de pneus Continental admite que foi ‘parte importante’ do regime nazista alemão

FOTO: DIVULGAÇÃO

A Continental, fabricante alemã de pneus, admitiu que a empresa foi “parte importante” do regime industrial do país durante o governo nazista de Adolf Hitler nas décadas de 1930 e 1940, e que utilizou mão de obra forçada ao longo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), iniciada há exatos 81 anos, em 1º de setembro de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polônia.

“A Continental era uma parte importante da máquina de guerra de Hitler”, disse Elmar Degenhart, presidente-executivo da Continental.

A empresa contratou pesquisadores independentes para estudarem a relação da empresa com o governo nazista do país nas décadas. O estudo, que se intitula “Fornecedor da Guerra de Hitler. O Grupo Continental na Era Nazista”, na tradução para o português, foi conduzido pelo historiador Prof. Paul Erker, da Universidade de Munique Ludwig-Maximilians.

“Empresas como Continental, VDO, Teves, Phoenix e Semperit eram a espinha dorsal dos armamentos nacional-socialistas e da economia de guerra”, disse Erker.

Os resultados das pesquisas de Erker mostram que a fabricante, além de outras empresas, adquiridas posteriormente pela Continental, participaram ativamente do regime nazista. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, a companhia utilizou o trabalho forçado de cerca de 10 mil pessoas.

“Suas origens eram diversas e iam de “jovens fascistas” italianos a trabalhadores temporários da Bélgica ocupada e prisioneiros de guerra franceses e russos”, disse o comunicado.

Além disso, nos últimos anos da guerra, prisioneiros dos campos de concentração alemães eram usados na produção de máscaras de gás, além de serem “explorados e maltratados até a debilidade e morte”.

Durante a guerra, a Continental mudou seu foco de produtos usados no cotidiano dos alemães para aqueles essenciais nos campos de batalha.

Nessa época, a empresa produziu pneus para automóveis, caminhões, motocicletas, bicicletas e aviões, máscaras de gás, solas de sapatos e faixas para tanques. “A empresa lucra consideravelmente com a política de mobilização e armamento nazista”, disse, em comunicado.

Em meio a isso, a diretoria da Continental esteve ativamente envolvida no processo e contribuiu para a radicalização da força de trabalho.

Como resultado do estudo independente, a Continental lançou o programa “Responsabilidade e Futuro”.

G1

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