O advogado dos pais que agrediram um criança de seis anos, em Brasília, se manifestou, em nota, sobre o caso. Segundo o texto, os pais se depararam com o filho com o “rosto deformado” e “foram tomados por violenta emoção, que desencadeou na fatalidade”.
Na tentativa de esclarecer o fato, o advogado afirma que os pais são pessoas comuns. “Não se tratam de pessoas violentas, com passagens pela polícia ou vida dedicada à prática criminosa, mas pessoas comuns, pais de família, trabalhadores, cidadãos respeitados, que sempre buscaram dar uma boa educação para seus filhos pautada no diálogo e respeito para com o próximo.”
“Infelizmente, no domingo (9/12), após depararem com o filho de 6 (seis) anos com o rosto deformado, a boca e lábios sangrando muito, impossibilitado de conseguir falar o que de fato havia acontecido e serem informados por terceiros de que (outra criança) havia batido nele, foram tomados por violenta emoção, que desencadeou na fatalidade”, argumenta a defesa.
Na nota, o advogado ainda revela que os pais estão “bastante abalados com os acontecimentos e a grande exposição do fato pela mídia”. A defesa afirma ainda que o casal tem recebido ameaças e que recorrerá aos orgãos de repressão criminal para as devidas providências. “Ambos vêm sofrendo ameaças de morte, injúrias e difamações pelas redes sociais.”
No fim do texto, a defesa conta que os pais estão arrependidos e que cooperam para um desfecho célere e justo. “Nesse sentido, se houver o indiciamento, farão as defesas pertinentes perante o Poder Judiciário, tendo (o casal) o direito ao devido processo legal”.
Relembre o caso
Uma brincadeira entre crianças na quadra de um condomínio fechado, na Octogonal 4 (AOS 4), virou caso de polícia, no último domingo (9/12). Um menino de 6 anos levou um soco no rosto, foi empurrado e caiu no chão. Os suspeitos são os pais de outro garoto da mesma idade.
O casal pensou que a criança tivesse batido no filho deles, depois que o menino subiu no apartamento dos avós com sangramento na região da boca. O pai, então, teria descido até a quadra de esportes para tirar satisfação. O relato é que o homem segurou os braços do menino para trás para que o filho machucado desse um soco no rosto do colega. Em seguida, a mãe também teria ido à quadra e empurrado o garoto no chão.
Entretanto, vídeos gravados por câmeras de segurança mostram que o garoto caiu quando pisava na bola para dar um drible no colega. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente investiga o caso.
Nesta sexta-feira (14/12), o Conselho Tutelar suspendeu o depoimento do casal acusado de agredir a criança. A justificativa é para “evitar exposição”, segundo a equipe responsável por acompanhar o caso. As conselheiras não disseram quando vão agendar a próxima data do depoimento.
Confira a íntegra da nota da defesa:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
RAFAEL PITZER, advogado de defesa (do casal), vem a público esclarecer que ambos estão cooperando com as investigações e no momento oportuno irão prestar maiores esclarecimentos acerca dos fatos à Autoridade Policial que preside as investigações.
Necessário esclarecer, ainda, que não se tratam de pessoas violentas, com passagens pela polícia ou vida dedicada á prática criminosa, mas pessoas comuns, pais de família, trabalhadores, cidadãos respeitados, que sempre buscaram dar uma boa educação para seus filhos pautada no diálogo e respeito para com o próximo.
Infelizmente, no domingo, 09.12.2018, na Octogonal, após depararem com o filho, de 6 (seis) anos, com o rosto deformado, a boca e lábios sangrando muito, impossibilitado de conseguir falar o que de fato havia acontecido e serem informados por terceiros de que (outra criança) havia batido nele, foram tomados por violenta emoção, que desencadeou na fatalidade.
Registra-se, ainda, que (os pais) estão bastante abalados com os acontecimentos e a grande exposição do fato pela mídia. Não bastasse, ambos vêm sofrendo ameaças de morte, injúrias e difamações pelas redes sociais. Diante das ameaças, já estão sendo tomadas as devidas providências, inclusive com a formalização de representação perante os órgãos de repressão criminal.
Por fim, a defesa informa que ambos estão extremamente arrependidos da fatalidade que ocorreu e cooperando da melhor forma para que se tenha um desfecho mais célere e justo possível. Nesse sentido, se houver o indiciamento, farão as defesas pertinentes perante o Poder Judiciário, tendo (o casal) o direito ao devido processo legal.
Correio Braziliense