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Entidades pedem R$ 1 mi de indenização a Crivella por censura a livro com beijo gay

A AÇÃO BUSCA REPARAR DANOS MORAIS COLETIVOS SOFRIDOS APÓS A TENTATIVA DE CENSURA ENCABEÇADA POR CRIVELLA CONTRA UMA HQ. FOTO: ADRIANO ISHIBASHI/FRAMEPHOTO/FOLHAPRESS

A polêmica que movimentou a edição da Bienal do Livro do Rio de 2019, em setembro, continua. Pelo menos na Justiça. Entidades LGBT estão movendo uma Ação Civil Pública contra o prefeito Marcelo Crivella por “danos morais coletivos” e pedem indenização de R$ 1 milhão. Na ocasião, Crivella ordenou busca e apreensão do livro em quadrinhos “Vingadores — A cruzada das crianças”, que trazia em uma de suas páginas um beijo entre dois homens. Entre ações, reações e liminares, agentes da Prefeitura chegaram a fazer uma ‘blitz’ no pavilhão do Riocentromas todos os exemplares da obra da Marvel já haviam sido vendidos.

CORONEL WOLNEY DIAS, DA SEOP, CHEGA À BIENAL PARA RECOLHER LIVROS CENSURADOS PELO PREFEITO MARCELO CRIVELLA (06/09/19) FOTO: GABRIEL DE PAIVA / GABRIEL PAIVA

Assinam a ação contra Crivella a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), a GADvS (Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero) e a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Em caso de condenação de Crivella, as entidades pedem que o valor indenizatório seja investido em “políticas públicas de enfrentamento a homotransfobia na cidade do Rio”, além de uma “retratação formal em um meio de comunicação de grande veiculação”.

“O juiz que recepcionou a causa entendeu não ser possível uma Ação Popular, pois não seria caso de ofensa à moralidade administrativa. Tendo esse cenário, resolvemos sugerir que as entidades entrassem com Ação Civil Pública e optamos também por recorrer na ação popular.”

Presidente da ANTRA, Keila Simpson destaca o teor pedagógico da nova ação movida pelas entidades.

“Não queremos ganhar dinheiro. Nossa democracia não pode suportar atitudes autoritárias deste tipo. É uma ação que deve educar e impedir que qualquer um, seja cidadão comum ou autoridade, tente ocultar da sociedade pessoas que, muitas vezes, já vivem à margem dela” argumenta Keila.

Em nota, a assessoria de Marcelo Crivella informou que a Procuradoria Geral do Município ainda não foi notificada da ação.

Com informações Extra

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