
O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que avalia a possibilidade de solicitar um chamado “passaporte de apátrida” para continuar morando no Texas, nos Estados Unidos.
A declaração foi dada em entrevista ao Jornal do SBT News, no sábado (20), poucos dias depois de ter o mandato cassado pela Câmara dos Deputados por excesso de faltas.
Segundo Eduardo Bolsonaro, ele corre o risco de ficar sem qualquer passaporte brasileiro após perder o mandato. Isso porque, com a cassação, ele deverá devolver o passaporte diplomático que utilizava até então. O documento, emitido em fevereiro de 2023 e válido até julho de 2027, já não tem mais efeito, de acordo com informações do site da Câmara.
“O que foi dito é que existe uma ordem para que eu não possa ter passaporte comum. Assim, em 30 ou 60 dias, depois de ser oficialmente notificado da perda do mandato, terei de devolver o passaporte diplomático”, afirmou.
O passaporte de apátrida é um documento concedido a pessoas que não têm nacionalidade reconhecida por nenhum país. Ele é previsto em tratados internacionais e pode ser emitido por governos para permitir que o cidadão apátrida viaje e permaneça legalmente em outros territórios.
Na prática, trata-se de uma alternativa usada em situações extremas, quando alguém perde ou não consegue comprovar vínculo formal com um Estado nacional.
O documento não equivale à cidadania e costuma ter validade limitada, além de restrições em relação a vistos e circulação internacional.
Durante a entrevista, Eduardo Bolsonaro afirmou que a eventual perda do passaporte faria parte de uma estratégia para prejudicá-lo politicamente. Ele citou diretamente o STF (Supremo Tribunal Federal) e o ministro Alexandre de Moraes.
“Se isso se confirmar, eu ficarei sem passaporte brasileiro em mais uma tentativa de Alexandre de Moraes de minar o meu trabalho”, declarou. Mesmo assim, disse estar preparado para o cenário e afirmou conhecer as estratégias adotadas pelo ministro.
Apesar da perda do mandato, Eduardo afirmou que continuará atuando no exterior, especialmente em articulações políticas internacionais. Segundo ele, o foco será contribuir com a pré-campanha do irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que se coloca como pré-candidato à Presidência da República.
“Minha contribuição é na parte internacional. Contatos com o mundo árabe, Israel, Estados Unidos e El Salvador”, disse. Eduardo também afirmou que a perda do cargo não deve afetar sua recepção no exterior.
“As pessoas não me recebem porque eu era deputado federal. Me recebem porque há muitos anos eu gasto do meu próprio bolso rodando o mundo, criando conexões no cenário conservador. Isso continuará acontecendo”, afirmou.
NDMais

