Após a notícia de que o apresentador Gugu Liberato teria sofrido uma morte encefálica depois de cair de uma altura de quatro metros em sua casa nos Estados Unidos, muito se tem especulado sobre o assunto. A assessoria do apresentador, no entanto, informou na noite dessa quinta-feira, 21, que Gugu está vivo, mas em estado grave. O protocolo divulgação de uma eventual morte cerebral, no entanto, é diferente em cada país. No caso do apesentador, que se encontra em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos EUA, o anúncio público de falecimento só pode acontecer depois de 48h do acidente.
O que caracteriza uma morte encefálica?
Por critério, morte encefálica, ou morte cerebral, é a perda completa e irreversível das funções do cérebro, o que também é reconhecido como “a definição legal de morte”. Isto significa que, como resultado de grave agressão ou ferimento no cérebro, o sangue que vem do corpo e supre o cérebro é bloqueado, e o cérebro morre. Portanto, morte encefálica nada mais é do que a morte do cérebro.
Muitas vezes, no entanto, o paciente que sofreu morte encefálica ainda está respirando, por ter seu corpo ligado a um ventilador mecânico. Ele também pode estar com batimentos cardíacos, o que dificulta para que familiares e amigos acreditem que o paciente evoluiu a óbito.
Como confirmar uma morte encefálica?
Para confirmar uma morte cerebral, de acordo com a resolução nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, do Conselho Federal de Medicina, o médico deve conduzir diversos exames médicos para ter o diagnóstico preciso. Esses exames são baseados em sólidas e reconhecidas normas médicas, que devem assegurar, entre outros tópicos, que o paciente deve estar em coma não induzido – sem medicação que faça ele dormir – e em apneia persistente, quando a pessoa já não consegue respirar sozinha, sem ajuda de aparelhos.
A resolução exige ainda como confirmação de morte encefálica, que o cérebro não tenha reatividade a nenhum estímulo e que seja comprovado por meio de imagem que o paciente sofreu uma lesão cerebral conhecida e irreversível, capaz de causar morte cerebral. O paciente deve estar internado e em atendimento médico por no mínimo 6h antes da abertura do protocolo, sendo que a temperatura deve estar maior que 35°C, já que a hipotermia pode simular uma morte encefálica, e a pressão deve estar adequada a faixa etária.
Em muitos casos, os testes são realizados duas vezes, com intervalo de diversas horas, para assegurar um resultado exato. Portanto, o diagnóstico final pode demorar certo tempo para ser divulgado. Dessa forma, após todos os exames comprovando a morte cerebral, a equipe médica está autorizada, pela Resolução CFM nº 1.826/2007, a desligar os aparelhos e o suporte terapêutico caso o paciente não seja doador de órgãos.