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Enfermeiro que transou com padre tentou extorquir cardeal de Brasília, aponta investigação

NO CENTRO DE ESCÂNDALOS SEXUAIS ENVOLVENDO FIGURAS RELIGIOSAS, O CENTRO BÍBLICO DE BRASÍLIA FOI FECHADO PELA IGREJA, EM JUNHO DESTE ANO. FOTO: REPRODUÇÃO

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, nessa sexta-feira (8/7), em Santa Maria, um mandado de busca e apreensão na casa de um enfermeiro acusado de tentar extorquir o cardeal de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. O suspeito exigiu do arcebispo R$ 8 mil para não tornar público um escândalo dentro da Igreja Católica na capital do país. O profissional de saúde teria vídeos e fotos onde aparece mantendo relações sexuais com outros padres dentro do Instituto Bíblico de Brasília, na Asa Norte. Na leitura dele, Dom Cezar iria aceitar fazer o pagamento a fim de evitar desgaste em sua gestão. No entanto, o cardeal negou qualquer tipo de acordo e levou o caso ao conhecimento das autoridades.

Equipes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) apreenderam o celular e o computador do enfermeiro. Os equipamentos serão encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC). Como o Metrópoles revelou em 22 de junho o padre Brás Costa (foto em destaque) teria transformado as dependências do instituto em um motel.

Agora o enfermeiro é tratado como investigado, mas, na época, antes da PCDF saber da tentativa de extorsão, ele contou que frequentemente era “agradado” por Brás Costa, então conselheiro e professor de hebraico e latim do Instituto Bíblico, que acabou fechado em 12 de junho deste ano. Desde essa data, o pároco exercia suas funções eclesiásticas numa paróquia do Riacho Fundo.

O profissional de saúde contou que as primeiras abordagens vinham acompanhadas de elogios ao seu corpo atlético, além de apalpadas nos braços, nas nádegas e até no pênis dele. “Além do padre Brás, quase todos os seminaristas do instituto sabiam e muitos participavam das sessões de sexo. Eu acabei cedendo às investidas”, disse o rapaz, que é bissexual.

De acordo com o enfermeiro, havia uma espécie de pressão para que ele cedesse aos joguetes sexuais conduzidos pelo religioso. “Ficava muito claro que eu poderia perder o meu emprego caso não aceitasse. Acabei mantendo relações sexuais com esse padre durante dois anos. Isso acabou com a minha vida: tive depressão e até tentei suicídio”, relatou.

Ele ainda revelou que não havia dia nem hora para realizar os desejos sexuais do clérigo. As transas ocorriam dentro dos quartos, nos banheiros, corredores e até depois da celebração de missas, sempre dentro do prédio cristão. “Tudo era combinado pelo WhatsApp e, em alguns momentos, eu recebia dinheiro do padre Brás.”

A coluna teve acesso a uma série de trocas de mensagens travadas entre o padre o e enfermeiro. Dezenas de fotos de órgãos genitais eram enviadas por ambos. Por essa razão, alguns trechos foram borrados.

Metrópoles

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