Empresas estão oferecendo a candidatos a vereador serviços de disparo em massa no WhatsApp para propaganda eleitoral, prática proibida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A informação foi publicada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo nesta 3ª feira (6.out.2020).
De acordo com uma resolução da Corte Eleitoral (íntegra – 849 KB), de novembro de 2019, as empresas que fazem disparos em massa ou usam cadastros de contatos de eleitores sem autorização podem estar sujeitas à multa e candidatos podem ter suas candidaturas cassadas.
A reportagem aponta que ao menos 5 empresas estão oferecendo os serviços. As informações foram obtidas por meio de denúncias de candidatos a vereador. Um deles, Bruno Maia, que concorre pelo PDT em São Paulo, gravou uma ligação na qual recebeu a oferta dos serviços para realização do disparo de mensagens.
A ligação era da empresa BomBrasil.net, nome fantasia da Brasil Opções de Mercado, que vende bancos de dados de celulares com segmentação de nome, endereço, bairro, renda e data de nascimento. A empresa cobra R$ 1.800 por 1 banco de dados com 20.000 números de celular.
Em resposta à Folha, a empresa afirmou que é apenas afiliada da Housoft, fabricante dos softwares que permitem extração de dados e o envio em massa.
A Housoft, por sua vez, disse que seus clientes “são pequenas e médias empresas que precisam divulgar seus serviços, mas não querem pagar os valores altos cobrados por anúncios patrocinados nas redes sociais”.
A agência Minds, que foi gravada em contato com 1 candidato a vereador oferecendo 1 banco de dados com milhões de nomes e celulares segmentados por Estado, cidade e bairro, disse em nota que “nunca prestou, participou ou se envolveu em nenhuma campanha política”.
A empresa Automatize Soluções Empresariais afirmou já ter vendido o serviço de disparo em massa para cerca de 700 candidatos.
Mike Clark, diretor de gerenciamento de produtos do Facebook, informou que a plataforma tem equipes dedicadas a identificar a raspagem de dados na plataforma.