A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (ADEPOL/RN), emitiu uma nota na manhã desta quarta-feira, 3, relatando sua insatisfação com o governo estadual após o anúncio do adiamento do concurso público para a Polícia Civil, realizado pela governadora Fátima Bezerra.
Para a Adepol, a medida foi vista como “uma ingratidão do Governo do Estado não reconhecer o esforço dos policiais civis, que, não obstante o baixíssimo efetivo e o histórico deficit de investimento, apresentam relevantes serviços à população, submetendo-se a doenças, afastamentos, um verdadeiro castigo para todos.”
Leia a nota:
A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (ADEPOL/RN), torna pública a sua insatisfação ao ser informada de que a Polícia Civil será mais uma vez preterida na atual gestão. Em entrevista coletiva, a governadora Fátima Bezerra anunciou que o tão esperado e necessário concurso da polícia investigativa terá que aguardar a contratação de mais de mil servidores e ainda a correção do desequilíbrio fiscal do estado. No entanto, contraditoriamente, propõe e negocia aumentos salariais para parcela específica do funcionalismo público e já anuncia contratação de novos servidores.
Vale destacar que o atual efetivo da Polícia Civil do RN é o mais reduzido de sua história, tendo um déficit que chega a 70%, com a tendência de aumentar ainda mais sem o certame.
Ao mesmo tempo em que comemora reduções de 30% nos índices de homicídios, e 40% nos roubos a bancos e carros fortes, o governo, na contra mão de todos os estudos mundiais, anuncia que não investirá em polícia investigativa, responsável pela repressão qualificada de tais crimes.
A ADEPOL/RN esclarece à população que a Polícia Civil neste primeiro semestre concluiu 67,23% dos inquéritos instaurados para apurar a prática de crimes contra a vida e ainda triplicou o número de prisões referentes a crimes dessa natureza. Em relação ao crime organizado, a Polícia Civil registrou um aumento de 70% das prisões em relação ao ano passado, fatores que influenciaram fortemente na redução dos índices tão alardeados pelo Governo do Estado.
Registre-se, ainda, a marca recorde alcançada pela Polícia Civil no primeiro semestre desse ano de 828 prisões e de 133 apreensões de adolescentes.
Apesar disso, o Governo demonstra desprezo à Polícia Civil ao informar que o concurso apenas sairá após a regularização fiscal do estado. Ora, sabemos que o estado não arcará com recursos públicos para a realização do certame, já que as despesas para a sua realização são totalmente custeadas pelas inscrições.
É uma ingratidão do Governo do Estado não reconhecer o esforço dos policiais civis, que, não obstante o baixíssimo efetivo e o histórico deficit de investimento, apresentam relevantes serviços à população, submetendo-se a doenças, afastamentos, um verdadeiro castigo para todos.
Diante disso, a ADEPOL/RN repudia a decisão do governo de afastar para o horizonte longínquo uma providência que é urgente entre as necessidades do Estado, ao tempo que aguarda respostas aos inúmeros ofícios que expediu, solicitando agilidade na realização do concurso, e audiência com o Gabinete Civil.