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Em áudio vazado, Heleno diz que Congresso ‘chantageia’ governo

A CRÍTICA SE REFERE À INSATISFAÇÃO DO MILITAR COM UM ACORDO ENTRE PARLAMENTARES E O GENERAL LUIZ EDUARDO RAMOS, MINISTRO DA SECRETARIA DE GOVERNO, SOBRE O CONTROLE DA EXECUÇÃO DE EMENDAS PARLAMENTARES AO ORÇAMENTO. FOTO: EBC

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou que o Congresso “chantageia” o governo. A crítica se refere à insatisfação do militar com um acordo entre parlamentares e o general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, sobre o controle da execução de emendas parlamentares ao orçamento.

“Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. F***-se”, disse Heleno aos ministros Paulo Guedes, Economia, e Luiz Eduardo Ramos, de Governo. O áudio vazado foi captado durante o hasteamento da bandeira, ocorrida na manhã dessa terça-feira (18/2), no Palácio da Alvorada. Após a fala, Heleno foi advertido de que ‘estava em live’.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, rebateu a fala do general. Segundo ele, embora competente, falou de forma infeliz, como um “radical ideológico” contra a democracia.

“Acho que é uma frase infeliz do ministro. Geralmente, na vida, quando vamos ficando mais velhos, vamos ganhando equilíbrio e experiência e paciência. O ministro, pelo jeito, está ficando mais velho e está falando como um jovem, um estudante no auge da sua juventude. Uma pena que um ministro com tantos títulos tenha se transformado em um radical ideológico contra a democracia, contra o parlamento, muito triste”, afirmou Maia.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se manifestou por meio de nota sobre a fala de Heleno. O senador disse que “nenhum ataque à democracia será tolerado pelo parlamento. O momento, mais do que nunca, é de defesa da democracia, independência e harmonia dos poderes para trabalhar pelo país”, escreveu.

“Invasão de privacidade”

O ministro Heleno, por sua vez, assíduo das redes sociais, também comentou o assunto. Ele ressaltou que a opinião exposta é de responsabilidade pessoal e que faz alusão sobre as “insaciáveis reivindicações de alguns parlamentares por fatias do orçamento impositivo, o que reduz, substancialmente, o orçamento do Poder Executivo e de seus respectivos ministérios.”

“Em mais um lamentável episódio de invasão de privacidade, hábito louvado no Brasil, vazou para a imprensa uma conversa que tive com o Dr. Paulo Guedes e o Gen. Ramos. Ressalto que a opinião é de minha inteira responsabilidade e não é fruto de qualquer conversa anterior, seja com o Sr. Presidente da República, com o Min. Paulo Guedes, com o Min. Ramos, ou com qualquer outro ministro. Externei minha visão sobre as insaciáveis reivindicações de alguns parlamentares por fatias do orçamento impositivo, o que reduz, substancialmente, o orçamento do Poder Executivo e de seus respectivos ministérios. Isso, a meu ver, prejudica a atuação do Executivo e contraria os preceitos de um regime presidencialista. Se desejam o parlamentarismo, mudem a constituição. Sendo assim, não falarei mais sobre o assunto”, concluiu.

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