Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, realizou um total de 45 viagens durante seu mandato, marcando presença em eventos importantes e técnicos ao redor do mundo. Essas jornadas, que somam 184 dias fora, ocorreram entre o início de 2022 e junho de 2024, representando uma significativa movimentação custeada pela agência sob a batuta do Ministério da Saúde.
O propósito dessas viagens, além da participação em encontros e convenções, incluiu a inspeção e a avaliação de práticas internacionais que poderiam ser integradas às politicas de vigilância sanitária brasileira. Dentre todos os deslocamentos financeiramente onerosos, a visita aos Estados Unidos em junho deste ano destacou-se pelo alto custo de R$ 98.400,87.
As despesas de viagem não foram limitadas a um único destino. Após os Estados Unidos, a segunda jornada mais cara foi uma viagem que começou em Brasília, seguiu para a Argentina e concluiu na Austrália, totalizando um custo de R$ 86.948,71. Essas viagens são parte de uma estratégia mais ampla da Anvisa para fortalecer laços e atualizar suas políticas de saúde pública.
Impacto das Viagens na Gestão Interna da Anvisa
Enquanto o diretor-presidente viajava, a Anvisa enfrentava desafios internos significativos, como a falta de pessoal. Um levantamento apontou que 9% dos cargos estavam desocupados, o que prejudicava o ritmo de trabalho da agência. A situação criava atrasos na licença de medicamentos, afetando diretamente a saúde pública.
O Sinagências, Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação, juntamente com a equipe da Anvisa, tem realizado negociações intensas para resolver essas questões. A possibilidade de uma greve não é descartada, o que poderia aumentar ainda mais a pressão sobre a operacionalidade da agência.
Posicionamento e Medidas Adotadas pela Diretoria da Anvisa
Em resposta aos desafios enfrentados, a diretoria da Anvisa enviou um ofício a diversos ministérios em julho de 2024. O documento enfatizava a necessidade de equiparar os profissionais de regulação às carreiras sob o chamado ciclo de gestão, visando melhorar as condições de trabalho e responder eficientemente às crescentes demandas.
O objetivo claro é fortalecer a capacidade da Anvisa de regular e monitorar produtos de saúde no Brasil, assegurando que a saúde pública não seja comprometida pela falta de recursos humanos ou financeiros. A continuidade das negociações é crucial para prevenir uma paralisação das atividades, o que representaria um risco ainda maior para o sistema de saúde brasileiro.
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