
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta quinta-feira (7), o aumento da recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, elevando o valor de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões. A medida, comunicada pela procuradora-geral Pam Bondi em um vídeo publicado na rede social X, acusa Maduro de ser um dos maiores narcotraficantes do mundo e de colaborar com organizações criminosas, como o Cartel de los Soles, o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, para traficar drogas, incluindo cocaína misturada com fentanil, para os EUA. Segundo Bondi, o Departamento de Justiça já apreendeu mais de US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro, incluindo dois jatos particulares, além de 30 toneladas de cocaína, sendo quase 7 toneladas diretamente associadas ao líder venezuelano.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, classificou a recompensa como “patética” e “a cortina de fumaça mais ridícula já vista”. Em mensagem publicada no Telegram, Gil acusou os EUA de orquestrarem um “circo mediático” para agradar a extrema-direita venezuelana derrotada, numa tentativa de desviar a atenção de escândalos internos, como a controvérsia envolvendo o caso Jeffrey Epstein. O ministro venezuelano afirmou que o país está focado em desmantelar supostos complôs terroristas orquestrados a partir dos EUA, rejeitando as acusações de envolvimento de Maduro com o narcotráfico.
A escalada da recompensa reflete a intensificação das tensões entre Washington e Caracas, que se arrastam há anos. Maduro, indiciado em 2020 por narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína, enfrenta acusações de liderar um regime repressivo e de fraudar a eleição presidencial de julho de 2024, não reconhecida pelos EUA, pela União Europeia e por vários países latino-americanos. Apesar das pressões internacionais e da oferta de uma recompensa comparável à que foi oferecida por Osama bin Laden, Maduro mantém-se no poder, enquanto a oposição venezuelana, liderada por Edmundo González, continua a desafiar sua legitimidade.
Revista Oeste

